sábado, 21 de abril de 2018



O caminhar por essas ruas


O caminhar por essas ruas
Sem ter o que fazer
Além do tendo feito sempre…
Contando as pedras das calçadas,
Tropeçando nelas a cada instante
Nas faixas estendidas aos cegos,
Ter por eles a visão das cores
Nos sons das ruas…
Que tempo é este que me acompanha
O caminhar por essas ruas
Sem eira nem beira deste destino
Tosco e mofo de caminhar
Apenas pressentindo a dor
De cada passo…
















O caminhar pela manhã


O caminhar pela manhã
Tem de ter objetivo:
Banco, feira ou…
Improviso.
O caminhar pela manhã
Com imperioso o que fazer,
Além de caminhar…
O caminhar pela manhã
Como que à procura
De um objeto, lâmina, flor,
Ou um afeto!
Caminhar objetivos
Nessas manhãs de dívidas
E acertos, ou desacertos…
Desencontros de quem caminha
Pelos vazios da manhã.

















O que não existe
Faz parte da realidade…
Assim aprenda
Antes que seja tarde.










O que esperar de 2018?
Que erros da justiça
A tornem injustiça?















Se um dia
 A vida perguntou,
Não ouvi que queria
Saber a vida









Passa correndo
Na porta do metrô
Como quem corre
Do adeus…













Ei, você…


Ei você … Você… Você…
Todos que passam
E se desgastam
Em querer compreender
A mulher vender seus filhos
Para livra-los da fome prometida
Tentando que possam
Vencer na vida.
Você… Ei, vocês…
Vejam de perto o que
Vistes na Tv!






















Cada dia que passa
Somos outro…
O que fica, enfim,
Veio conosco…








A vida vai passando devagar,
Todos os dias têm 24 horas
Mas parecem alongar-se
Cada dia mais…

















Neste dia cheio de preguiça
Me ponho a pensar
Como é difícil a opção de levantar…










Se “fura bolo” matasse piolho
Que nojento seria lamber feridas
E destravar as cracas do olho…
















Sexta-feira
Cesta feita
Vamos à sesta…








Haicai sucinto
Não sai de mim
Enquanto bato
Assunto assim…
















Sonolento


Quero dormir…
Mas esta ideia de poema
Me chama, reclama,
Me cama…








Quando dói-te a cabeça
Até ao cuco calas a boca…
















Charneira


O espelho que ora me vê
Não me enxerga como eu.
Sei que esta dor não se mostra,
Que este labor se esconde
Nas barbas por fazer…
Charneira me mostra em rugas
Que não me sei,
Este cansaço de olheira
Faz-se inimigo da vida inteira
Que me põe a derreter.




















Constatação


A poesia que se inicia
Se irradia…










Ao pensar-me fazedor
De discorrer meu dia,
Não me descrevo nele,
Delineio em si o dia…

















Se a paz desse momento
Não lhe faz sentido
Socorra-te desse estorvo
Sem pensar-me aguerrido.
Que a paz esteja convosco
Se a guerra em “vosco” estiver.








Quantas palavras cabem
Num pensamento?

















Esta chuva, da grossa,
Grassa sobre roseiras
E despetala os pés
Dos meninos na poça.









Ideia mole em cabeça dura
Tanto bate até que burla…



Nenhum comentário:

Postar um comentário