Uns vencem pela
aparência,
Outros apesar
dela…
A paz que nos
governa
A paz que nos
governa
Chega ao avesso,
Urrando suas
forças
Entre crianças
assustadas…
Fazendo voar as pombas
E esconderem-se os
gatos…
A paz que nos
governa
Expressa nessas
togas
Ameaças veladas
sobre
Madrugadas
sombrias
Estendendo votos
E críticas aos
devotos…
A paz que nos
governa
Por nervosa expia.
Poderes
Se pudesse
Daria mais atenção
Às pequenas
realidades
De meus sonhos…
Se pudesse,
Não voltar, mas
refazer
Os momentos
desfeitos
Pelo tempo…
Se pudesse
Sorriria aos meus
medos
De ontem,
anteontem,
Que o tempo
esclareceu.
Mas não posso,
Além de lembrar a
saudade,
Refazer cada
passagem,
Então está na hora
De contentar-me
Em sorrir das
situações
Chorosas de ontem.
Índole
Sou o predador!
O que faz
campanhas de preservação
Enquanto devasso
ao redor.
Sou o que admira
O canto dos
passarinhos avoados
Mas os prendo
engaiolados…
Me encanto com as
cores das flores
Mas as decepo…
Sou o que fere,
transgrede,
Regride ao estado
troglodítico
Enquanto me
vanglorio defensor!
Invejo o voo do
pássaro,
A agilidade do
peixe,
A beleza selvagem
do felino,
Mas combato todos
Com minhas prisões
sem grades,
Neste torvelinho.
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Vives soçobrando
Sonhos de partir
Por medo de
Cada chegada…
Consciências
intranquilas
As mentiras do
passado
Se tornam verdade
Por falta de
testemunha…
De mãos vazias
Coração carregado…
Se tiveres vivido
cem anos,
É uma vida!
Mas,
Cada minuto é uma
vida…
De mãos vazias
Através desses
tempos
Vividos entre
minutos
De espanto.
A palavra
Que se desata ao
vento
Mas permanece
No pensamento
Talvez explique o
inexplicável
Momento da poesia
Tomando forma
Entre as ideias
Vestindo cada
sentimento
Com luxuria ou
santidade
Este momento.
Por isso estamos
aqui
Talvez o cheiro
Do café no bule
Ou do último
perfume…
Por isso estamos
aqui?
Entre a paz de ser
E a guerra de ter
sido
Extremamente útil
À inutilidade em
siso
Por isso estamos
aqui,
Entre os soluços
Do mais recente
choro
E o susto e o riso
De sobreaviso…
Estamos aqui por
isso,
Que é o viver-se
Sem precaver-se
Do prejuízo.
Daquela vida vinda
Olvidada por
decerto
O silêncio emana
Só o eco…
Das mantras que me
ensinaram
Uma afeta e me
assombra:
Velha cantiga, que
homens passam
E não deixam
sombra.
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