NINHO DE VESPAS
Existe uma Lei
mais forte, da natureza humana, que envelhece e fina depois de anos a fio na
vara do guatambu, queira ou não queira a lei precisar anos de recolhimento ao
ano de fina mento, quando o corpo não obedece gestos simples de caminhar longe
ou abraçar longevidades, agora inalcançáveis: O tempo da aposentadoria, quando
já não podem os membros trabalharem o ofício de anos a fio. Querem os senhores
mandatários igualar o serviço braçal das pessoas proletárias(que vivem apenas do rendimento do seu trabalho manual)
ao trabalho intelecto das pessoas escriturárias, o tempo varia a cada
dia sob sol e chuva ao dia sob ar condicionado das salas de mando, sem
contar, ou contabilizar as infâncias de
pessoas no campo ou nos bairros proletários, que logo cedo, no cedo de suas
vidas, batalham pelo pão do dia, confrontadas às outras, que desde cedo têm por
oficio estudar duas décadas ao menos, para depois começar a suar, ou não, as
profissões escolhidas. Assim, como sempre, a igualização por idade vivida não
promove a igualdade de valores, nem nominais, nem temporais, findando o tempo
de “contribuição” na sexta década de vida em ambos os casos, aleatoriamente ao
desgaste. Pois bem, propala-se um cálculo matemático, de válida apreciação: Salário mensal R$
880,00 Contribuição INSS R$ 176,00 Aposentadoria Integral 35 anos = 420 meses a R$ 176,00 na
poupança de 0,68% R$ 422.784,02. Considerando-se a expectativa de vida em 75
anos, e que, em média, o brasileiro que se aposentar com 60 anos, receberá
aposentadoria por 15 anos, 37,5% daquilo que lhe foi tomado pelo governo. Aumentando para 49 anos, o trabalhador acumulará R$
1.365.846,02 e receberá menos, pois terá mais tempo de contribuição e menos de gozo da aposentadoria Esses cálculos foram
feitos pelo cientista político Itamar Portiolli de Oliveira, são reais e
facilmente constatados. Agora, comparando com outros sistemas: Chile 20 anos de
serviço, 55 de idade. Argentina 30 anos de serviço, sem limite de idade. Média
na Europa 27 anos de serviço para 52 de idade. Usando outros dados: a
Previdência Social foi superavitária por anos a fio, quando muitos pagavam para
poucos aposentarem. Nesse período o caixa foi usado para cobrir déficits do
Tesouro, segundo consta. Por este prisma não seria hora de o Tesouro devolver o
“empréstimo”? Ainda no fechamento do caixa, no regime dos servidores públicos, o
déficit em 2013 foi de R$ 40 bilhões. Para 670 mil aposentados. Já a
previdência dos militares, com 270 mil beneficiados, teve R$ 22 bilhões de
déficit. Juntos, esses dois grupos somam cerca de 1 milhão de aposentados e
déficit de R$ 62 bilhões. No regime geral da previdência social, pelo qual 24
milhões de beneficiários recebem aposentadorias e pensões pelo INSS, o déficit
chegou a R$ 50 bilhões. Ou seja, cada aposentado do setor privado recebe, em
média, 30 vezes menos que aposentados do setor público. Somando-se a esse furo
as aposentadorias e pensões públicas, sabidamente acima do teto, em sendo
equalizadas aos valores mais modestos, também ajudariam resolver um problema
que está sendo empurrado para os mínimos assalariados pagarem. Mas quem vai
mexer nesse ninho de vespas?
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