Briga de
unhadas
A cada leitura nessa insana mídia,
desconsola a insensatez, pra dizer o mínimo, dessa corja de delatores, e
delatados, como se fora prática comum o alardear-se corruptor dessa parcela
minoritária da população, que verga ao peso da vergonha estampada nas gravatas
enfeitadas de regalias enfáticas. Mas são reais, e não realezas, as cenas
impudicas a que se vendem tantos larápios, transvestidos de excelências num
suntuoso palácio congressual, ornado de malefícios programados para ferir a
honra dos cidadãos decentes desse País maravilhoso, tão depredado.
A síntese de nossa história,
vilipendiada por tantos golpes, firma-se na revolta muda de inconsoláveis
habitantes desse solo, d’onde, como já dizia o primeiro invasor a pisa-lo, em
se plantando tudo dá. Em paralelo ao semeio desse esforço, que nos torna o
maior produtor de alimentos em diversos setores, afloram por aqui,
disseminados, usurpadores do que seria a maior realização de nossos valores, a
honra de um povo! Desde há muito vilipendiado, como já dizia Rui Barbosa, nos idos
de um século atrás, ainda hoje não reconciliado com a ética, deixada vazar em
mal cheiroso pus dessa ferida mal curada, recalcitrante, hereditária às vezes, de
uma nação ferida pelo conceito discriminatório de outros povos, que nos mede
pela mesma medida escrachada de nossos mandatários insanos. Dói ver nosso
presidente ser excluído de encontros já programados na reunião dos vinte
países, semana passada. Dói ver um ex-presidente ser condenado por desvios de
caráter, dói ver parlamentares em peso processados em ações contra corrupção
ativa e passiva, dói a desesperança de eleitores, que sonhavam o futuro, ver
tornar-se um pesadelo a aproximação de nova eleição, sem opção à vista, de
melhores quadros a quem confiar o leme.
Nos borrões da história recente não
se salva quase nada, que possa dar um fio de esperança para a história futura,
a curto prazo. Infelizmente nosso prazo está se esgotando em firulas, onde
desajuizados legisladores digladiam pelo reparte do butim, sem se preocupar
minimamente com o futuro, pensando que ao afunda-lo se salvariam, mas estamos
todos no mesmo dilema, o barco não afunda a proa, afunda inteiro.
Cansado de números escabrosos em
nossa cidadania, não vou enumerar mortos e feridos, famintos, incultos, doentes
desassistidos, viajores abandonados, etc. mas apenas lembrar uma tétrica
comparação que nos coloca em pior situação que países em guerra, como pode? O
que é feito dos trilhões arrecadados do lavor desse povo, se não reverte para
suprir suas necessidades?
A República Federativa do Brasil
rege-se por uma Constituição que está sendo rasgada quando não atende seu
parágrafo único do Artigo 1º: Todo poder emana do povo. E, muito menos o Artigo
3º nos seus 3 parágrafos: Construir uma sociedade livre e solidária, garantir o
desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais. Que dirá então do 4º parágrafo: Promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer formas
de discriminação! E agora, José?
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