Baile de
máscaras
Uns se
vestem de palhaços,
Outros se
desvestem…
Por serem
palhaços.
Os que se
vestem de dragões
Mas são
lagartos…
Os que se
abotoam em gravatas,
Desnudados…
Fantasias
elaboradas para esse tempo,
D’outro
tempo, de quando
Cada um
trazia no semblante
Seu
talento!
Quão falsa
essa máscara desmascara
Outra
máscara,
Que
encobre outra máscara…
Até o fim
em pele ácida
Sob o riso
fático.
JÁ ESTIVE
AQUI ANTES
As coisas
novas se repetem,
Embora as
luminárias
Preconizem
novidades.
As
novidades são as mesmas
De há
vinte anos, ou mais…
As
cadeiras espaldeadas
Voltaram a
marcar presença,
Os
coturnos militares,
As
vitrines fazem as luzes
Lumiarem
os espelhos novos.
Os
espelhos novos também
São
antiguidades…
Os tempos
são imemoriais
Na
conclusão frente às ofertas
Dessas
vésperas de natais,
Fazem
concluir que
Já estive
aqui antes,
Antes de
perceber que voltaria
No dia
hoje ceder à gula
E comer o
que não devia.
Mas hoje…
Hoje é véspera de natal
E sua
regalia.
Amantado
Descobre-se,
Com o
tempo,
Que os
anjos não
Te
protegem
De teus
atos…
É preciso
precaver-te
Dessa
insanidade
De romper
barreiras
Como se
fora normal
Sangrar
cada tarde
Sem eira
nem beira,
A esperar
que passe
A fome de
amantar-se
Ao frio
invernal
Da
primavera vencida,
Afinal.
A vida
Nos trouxe
até aqui
E nos levará
adiante
Até que
lhe aprouver…
Que ainda
seja aí
A saudade
da esperança.
Lembremo-nos
Dos tempos
de em crianças,
Das
inocências,
Penemo-nos
Dos tempos
imaturos,
Sujeitemo-nos
à dor
Do viver
adiante…
Após o
desprazer dos prazeres,
Início das
consequências.
Se até nos
trouxe em seu colo,
D’agora em
frente
Nos
deixará cambaleando
Como nos
engatinhamentos,
Quando nos
tornamos, em pé,
Audazes, à
procura de nós mesmos
Entre as
firulas e a realidade
Que
apraze.
Gira mundo
Este mundo
gira
E vai
girando as vontades…
Saudade e
esperança
Na
desesperançada tarde.
Este mundo
gira
O que
sonhou a moçoila,
O que
planejou o armador,
E em tudo
nesse giro
Volta-se
ao que foi.
Uns por
via das dúvidas
Outros por
dúvida das vias
Neste
mundo a girar
Vontades e
necessidades
Ao íntimo
sabor…
O tamanho
da roda
É você
quem molda,
Refazendo
o que faz
A roda que
és capaz.
O galo
anuncia a madrugada
Em plena
hora da tarde
Nesse sol
outonizado…
Controvérsias
“A camisa
que te cabe
É a que te
veste”
O mundo é
irreal,
Deves bem
saber,
Aponta
para o mal
O bem
querer…
Não ouse
esconder tua intenção,
Que mesmo
distraidamente
Acusa outrem
de ser teu mal,
O mal que
cirze tua presença
Ausente,
que te acudi,
Não é de
todo tão mau.
O mal presente
nessa ausência
Me alude o
mundo irreal.
O irreal
do teu mundo
É que não
podes provar que
O que
queres ao maldizer
É mal
dizeres mais profundo
Que pensas
querer quando
Teu querer
é o que te funde
Ao braço
que te abraça,
Mesmo a
miúde…
Saudando que
tudo,
Não te
sendo a fundo,
O que te
fez o tempo
Em teu
azedume confunde
Com o
fazer do outro.
O que te
fere mais
É o que
fazer de ti,
Audaz… Da
controvérsia
Que perfaz
o fim da aresta
Que te
inunda em brejo
Da água
suja que te encove
Entre as
gotas límpidas
De quando
chove
Em tua
ação impura
E te salva
a consciência
De ter o
jeito de bondade
No ato
conciso à tua essência
De
parecer-te nobre
De
aparência
Na mesma
indecência
Que te
cobre.
Ementa tua
alma
De
pruridos deixados ser
Em tal
sentido.
O mundo é
mesmo irreal,
Menos mal
se bem querido,
Olhado
pela frente, Assim
Medido sem
a má vontade
Do sentido
querer-se espelho
Escondida
a fronte amarga,
Que de ti
tenha se partido
Antes da
chegada do juízo
Que te
mostra belo,
Embora o
belo de ti
Tenha se
ido.
CONVIDO
A camisa
que te cabe
É a que te
veste…
O ANO NÃO TERMINA.
PARA MIM VALE
O ANO QUE COMEÇA
PARA MIM VALE
O ANO QUE COMEÇA
Se
o ano foi bom, repita.
Se o ano foi ruim, refaça.
Se foi mais ou menos, melhore.
Se sentiu raiva, controle-se.
Se sentiu o riso solto,
Ria outras vezes.
Se conseguiu caminhar, continue.
Se quebrou a cara, releve.
Se te ampararam a paz, retribua.
Se te quebraram a paz, amenize.
Assim é, amigo, que
os votos de feliz ano novo
Farão efeito em ti mesmo.
Não adube o rancor, Sorria...
Se o ano foi ruim, refaça.
Se foi mais ou menos, melhore.
Se sentiu raiva, controle-se.
Se sentiu o riso solto,
Ria outras vezes.
Se conseguiu caminhar, continue.
Se quebrou a cara, releve.
Se te ampararam a paz, retribua.
Se te quebraram a paz, amenize.
Assim é, amigo, que
os votos de feliz ano novo
Farão efeito em ti mesmo.
Não adube o rancor, Sorria...
Sorria... Mais que de bobeira
Para quem te olha de soslaio.
A vida assim é inteira de paz.
Para quem te olha de soslaio.
A vida assim é inteira de paz.
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