Lembrando fatos de
ouvir falar
Ainda hoje,
olhando retratos,
Lembrei de meus
avós,
Nicola e
Elizabetta,
Lembrando fatos de
ouvir falar:
Nicola, prensado
por uma tora
De madeira esmagou-lhe
o tórax,
Elizabetta
arrastando bengalas
Até a varanda de
casa
A ver passar
charretes...
Fulano e Tereza,
Quase nada a
memorizar,
Ásperos, sinceros,
de outro tempo,
Deixados no
esquecimento...
Não os conheci, de
ouvir estórias
Os vejo saindo de
retratos,
A conviver-me nos
hojes...
Extremos de
gerações,
Encontrando nos
termos...
Lembrando fatos de
ouvir falar
Volto ao tempo lúgubre
migratório,
De corajosos ou
amedrontados,
Chegados à nova
terra,
Sem eira nem
beira, como diziam,
A plantar sua
semente
Em terra firme...
Aqui formando
pares, proles,
Núcleos, poles,
pocadinhos
De uma raça forte!
Lembrando fatos de
ouvir falar
Da casa em que
nasci...
Era grande, éramos
treze!
Quintal plantado
de ervas,
Coalhado de
galinhas poedeiras,
Visitado por
comadres...
Cercado por
balaústres...
Contados por
persistência...
Sem saudade.
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