Enquanto muitos riem
Alguém ainda chora
Ao nascer a aurora
Erros do passado não têm conserto
Mas é um espelho a refletir-se...
Se perpetuam
As vagas lembranças,
A tornarem-se
Esperanças...
Temos a paz
De viver sonhando...
Há poesia nos pequenos gestos,
Sei que já o disseram mil vezes,
Mas o silêncio que secou lábios
Inda protege os tempos de penúria
Entre solfejos e vozes murmuradas
Nesta escura ótica dos nadas...
Às vezes a verdade se contradiz
Pelo medo de ser contraditória
À palavra dita entre sorrisos
E maldada à força da estória...
Continuo à procura de mim
Nas crianças dessa rua,
Que vai e vem em mim...
Hoje este pão amargo
Da manhã insalubre
Apenas retrata o antro
Onde me desiludo...
Dizem que estou na terceira idade,
Me entendo na terceira inf^NCIA...
O relógio cuco não funciona mais,
Está morto, tanto quanto quem mo deu
A MEMÓRIA É COISA
QUE GENTE INVENTA,
MENTE, E SE ACREDITA...
O MILAGRE DA FLOR
É NÃO SE IMPORTAR
COM OLHARES INVEJOSOS
SINTO SEMPRE A SENSAÇAO DE ESTAR
CAINDO,
ÀS VEZ CAIO...
NÃO SE PODE
MONTAR NUM POEMA
COMO NUM CAVALO,
MAS PODE-SE CARREGA-LO,
COMO SEU CAVALO...
SIM, VOCÊ PODE
ENRIQUECER O OUTRO
SEM FICAR EMPOBRECIDO...
VENDO A MORTE
CEIFANDO
ESTE MENINO
A VIDA PERSISTE
NO NÃO SER
Nenhum comentário:
Postar um comentário