Por isso não me atrevo
Por ter a idade velha
Procuro ficar em silêncio
Quando ouço teorias incertas
De entendidos em variedades...
Mesmo que a mim
Pareçam barbaridades,
Sob a pena de ser taxado
Elite ou quadrado...
Baile
A beleza nua
D’uma noite crua
Sem a maquiagem
Da noite em festa
Traz a saudade
Daquela seresta
Dormida na tarde
Distante desta.
gentes?
O dia seguinte
Foi muito discutido o
assunto
-Guerra!
Os temores aos ataques
De um turbilhão de
notícias.
As estórias dos mais
velhos,
A fome, o frio, os
motivos...
Os avós inda contavam
As ofertas de nova terra,
Portos distantes, outra
verdade
A perpassar aos famintos
Por um pão recheado...
As ofertas, navios
aportados
Num chão distante,
viajando
Para outro chão, mais
distante,
Com promessas de não
fomes!
O desencanto da espera
Por dias melhores em
casa...
Assim emigraram os novos,
À procura de oportunidades
Famintos de novas eras...
Anos dourados
Lá se vão os anos dourados
Em plena inatividade
A lembrar os passos em
falso,
Os temores desassestados,
Em que a cama é uma maca,
O quarto enumerado...
Identificando o enfermo preclaro,
A bebida é preceituada,
As vozes são cochichos
Das cuidadoras
descuidadas...
A manhã não amanhece
clara,
Absorta nos passos rápidos
Dos transeuntes
abafados...
São pedreiros sem
pedrarias
Apenas o contar de dias...
Os sonhos dilapidados
Na conversão das iras...
O lado bom da vida
O lado bom da lágrima
É conte-la quando amarga.
O lado bom da tarde
É o cansaço da labuta.
O lado bom da viagem
É o percurso e a chegada.
O lado bom da volta
É o sumo da saudade.
O lado bom da dor
É não se desesperar.
O lado bom do sonho
É esperançar à vida.
O lado bom da luta
É a derrota assumida.
O lado bom do abrigo
É acolher o desabrigado.
Enfim, o bom da vida
É vive-la a cada passo!
As viagens do pensamento
Quando o tempo se cala
Vem à memória
Fatos históricos, de hoje:
São tantas guerras entre
falas
E o desespero de outros...
Sentados em suas poltronas
Confortáveis, esbravejam,
Os mandantes se provocam
E mandam bala, de longe...
E nos longes abatem
crianças
Em soldados adolescentes,
Que mal sabem o que
sentem!
Há uma revolta emudecida
Pela tragédia iminente...
São tantos corpos sem
alma,
São tantas almas sem
corpos.
Onde estarão essas
pessoas?
Por isso não me atrevo
Por ter a idade velha
Procuro ficar em silêncio
Quando ouço teorias incertas
De entendidos em variedades...
Mesmo que a mim
Pareçam barbaridades,
Sob a pena de ser taxado
Elite ou quadrado...
Baile
A beleza nua
D’uma noite crua
Sem a maquiagem
Da noite em festa
Traz a saudade
Daquela seresta
Dormida na tarde
Distante desta.
gentes?
O dia seguinte
Foi muito discutido o
assunto
-Guerra!
Os temores aos ataques
De um turbilhão de
notícias.
As estórias dos mais
velhos,
A fome, o frio, os
motivos...
Os avós inda contavam
As ofertas de nova terra,
Portos distantes, outra
verdade
A perpassar aos famintos
Por um pão recheado...
As ofertas, navios
aportados
Num chão distante,
viajando
Para outro chão, mais
distante,
Com promessas de não
fomes!
O desencanto da espera
Por dias melhores em
casa...
Assim emigraram os novos,
À procura de oportunidades
Famintos de novas eras...
Anos dourados
Lá se vão os anos dourados
Em plena inatividade
A lembrar os passos em
falso,
Os temores desassestados,
Em que a cama é uma maca,
O quarto enumerado...
Identificando o enfermo preclaro,
A bebida é preceituada,
As vozes são cochichos
Das cuidadoras
descuidadas...
A manhã não amanhece
clara,
Absorta nos passos rápidos
Dos transeuntes
abafados...
São pedreiros sem
pedrarias
Apenas o contar de dias...
Os sonhos dilapidados
Na conversão das iras...
O lado bom da vida
O lado bom da lágrima
É conte-la quando amarga.
O lado bom da tarde
É o cansaço da labuta.
O lado bom da viagem
É o percurso e a chegada.
O lado bom da volta
É o sumo da saudade.
O lado bom da dor
É não se desesperar.
O lado bom do sonho
É esperançar à vida.
O lado bom da luta
É a derrota assumida.
O lado bom do abrigo
É acolher o desabrigado.
Enfim, o bom da vida
É vive-la a cada passo!
As viagens do pensamento
Quando o tempo se cala
Vem à memória
Fatos históricos, de hoje:
São tantas guerras entre
falas
E o desespero de outros...
Sentados em suas poltronas
Confortáveis, esbravejam,
Os mandantes se provocam
E mandam bala, de longe...
E nos longes abatem
crianças
Em soldados adolescentes,
Que mal sabem o que
sentem!
Há uma revolta emudecida
Pela tragédia iminente...
São tantos corpos sem
alma,
São tantas almas sem
corpos.
Onde estarão essas
pessoas?