domingo, 26 de dezembro de 2010

Narciso

Não é que narciso achasse feio
O que não lhe era espelho.
É que narciso não tem espelho,
Então se espelha no bonito
Que copia a esmo...

Assim a moda, em 1700
Era cobrir tornozelos
com grossas rendas
Num quarenta graus
de Rio de Janeiro,

Como agora em 2010
Torna-se bonito,
por não espelhar-se
O quase nu das dobras
Das meninas cheias
De gorduras novas.






translúcido



Esta tua alma tranqüila
Dentro do corpo esquálido
Solta-se das presilhas
E voeja...

Por mais que se solte
Vivencia presa
à dor do corpo que
Arqueja...

Mesmo que não saibas atuar
Ambidestro
A alma, meu parceiro,
Imita o gesto...

Lento, lentamente fraco,
do corpo que se embalança
Entre as formas sutis do plasma
E sua herança.

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