Suores mansos
Apanhei da chuva, apanhei do sol,
Que, incrementes, fustigam mágoas...
Apanhei das fossas e dos fósseis
Carbonizados de passados...
Castigaram-me errantes salmos,
Pelos vãos das fraldas.
O que fazer desta tarde quente
Que vai virando água?
Meu travesseiro molhado expõe
O dia mal temperado,
Passado a limpo cada passado,
Nesse passo desmesurado
Quando verei a calma
De meu mal estado?
Festejos de agosto
Uns tantos ares mal respirados
Soam seus batuques de passados...
Queimadas e chaminés ardem
Os olhos, as narinas, a alma...
A festa recomeça, soltam fogos,
Cães ladram, bêbedos embevecidos
Saúdam cada estrondoso tiro,
Mesmo que falidos.
À criadora dessa obra deslumbrada:
Como arcar com a fuligem irrespirável
Desse agosto proibitivo?
Entre a fogueira viva e o sol rascante
Prefiro o silêncio doutro instante
Longe dos cães enlouquecidos.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
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