terça-feira, 10 de julho de 2012
oco
No escuro da sala a sala é vazia
Sem a percepção dos olhares frios
De antes, quando insurgia
A mesa e suas adjacências
Enchiam a sala de aparências...
Com uma espécie de curiosidade
Consulto a memória das cadeiras
Entaladas sob a mesa
Puxando os pés que passam
Atrás delas, de soslaio.
Os painéis perdem a cor,
O opaco do escuro faz-me
Daltônico e lúbrico,
Sem o calor do sol de antes,
Ao frio do escuro da gora.
Na vastidão da sala me perco
e me encontro entre
as memórias das peças móveis
E suas inutilidades,
Um vazio sai de dentro de mim.
Enche os vazios ao redor da sala,
Entre cristaleira, mesas e tapetes,
Um telefone toca enraivado,
Mas continua escuro o silêncio
Quebrado agora.
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