As
idades do homem...
Eu
vi as idades do homem...
Da
vergonha à luxúria,
Da
primeira infância
À
última lamúria.
Das
idades do homem vi
Da
descrença absoluta
À
crença cega e inaldita
Nos
pseudo pastores.
Vi
as idades no homem
Criarem
sonhos e rugas,
Bastando
ofertas tinhosas
Para
quaisquer loucuras.
E
das idades dos homens,
Lobos
à meia luz das asas,
Mansos
cordeiros no dia
Enlevado
em avós esturros...
E vi dessas idades no homem
O sono das tardes quentes,
A tardia vontade diluída
Em sagazes armadilhas...
Eu vivi as idades do homem...
Ousadamente definidas
Em formas afeminadas
E fórmulas indevidas...
E vendo as idades no homem
Ferindo lábios atrevidos
Refiz o caminho feito
De tantas razões indevidas
Porque a idade, no homem,
Define mancos e doloridos
Os passos inda devidos
Às tardes desvividas.
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