quinta-feira, 2 de janeiro de 2014



Acarinhos


A paz que não cabia
Naqueles dias feros
Agora prefacia
Contagiando
 O fim de erros...

Acomodou-se mão
Que esbofeteava,
O grito que
Amedrontava,
A fúria...

A paz que não cabia
Acaricia...
















Sombras


A sombra
Na manhã do dia
Parece-se contigo, ereta,
Palmilha entre as flores
E a sarjeta a alegria
De manhã de dia...

No fim da tarde
A mesma sombra
Não reage, apenas desce
Ajoelhada em cansaço
A espera breve
Que se ponha o dia...

















Os medos que tive


Eu tive medos
E suprimi-os um a um,
Levantando os punhos
Enfrentei-os todos.

Mas os medos
São teimosos e voltam
Sob outra forma
De medrar o eixo.

Antes os tive
Ante sombras leves,
Fantasmas doutros
Momentos penados...

Em seguida os tive
Por escuros breves
Dedicando-me
A enumerá-los.

Agora os tenho
Entre as cobertas
Tremendo as dores
Entrevadas neles

Por isso os medos
Não sossegam não,
Sabem que a ancoragem
Vem na contramão.

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