Do
que nos resta
Saber
tirar
O
melhor proveito,
Cobrando
do elegido,
Se
eleito:
Que
se faça presente
Em
cada feito.
Do
cavalo dado
Sim,
olhar os dentes...
Confiar
na ponte
Balançando
cordas...
Desconfiar
do amigo
Que
não acorda
Vendo
a água
Bater
no peito...
Do
que resta
Prestar
atenção
Do
que é feito.
O
silêncio dourado
Viajar
esse tempo
Me
traz de volta
Para
onde sou melhor
Do
sonhado ser...
Perdido
em pensamentos
Arredio
ao tempo
De
espairecer.
Este
tempo,
Cheio
de madrugadas,
Me
faz acordando
O
amanhecer...
Sentir
essa brisa
De
novidades...
Conhecer
a outra face
Do
que venha a ser.
Viajar
a este tempo
Me
põe acordado
Como
sei serei,
Entre
as fracas névoas
Entrevejo
levas
De
outros eu ser.
Acordar
o tempo
Meio
a madrugadas
Tateando
a luz
Numa
fresta mínima
Que
vem amanhecer
Minha
arte vária,
Variada
ser.
Me
trazendo de volta
Ao
princípio de viver
Onde
fui melhor...
O
silêncio é dourado
De
palavras doces,
Amargando
a vinda
Desse
sonho perdido
Entre
realidades...
Que
acordado vivo.
Ando
pela aí... ruas
Cheias
de madrugadas
Desmanteladas
Em
bêbados fechando
Bares
fétidos
E
uma manada de outros
Indo
batalhar.
Estou
acordado agora?
O que
sobra do sonho,
Senão
essa verdade
Doída
de viver?
Resta
o sonho lindo,
Esperançado
findo
No acontecer,
Que
em sendo só,
Garanto
o silêncio
Almejado
no sonho
Persistido
reter.
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Do filme
Amor entre ruínas, excerto:
Se vir por aí
Um antigo amor, estacione,
Peça a vez,
Finja estar enamorado
Outra vez...
Se encontrar por aí
Um outro amor,
O que restou do que se foi
Uma vez.
Conjugação dos setenta anos
Hoje eu fiquei dia,
Depois de tantas noites...
Orgia?
Olhos inchados de ressaca?
Uma pequena dose
De consciência:
Bem sei que as almas
Não são engenheiras,
Advogadas, médicas...
Sem formação nenhuma
Que as aplaque
E as faça diferentes...
Então... Por que,
Nessas hostes de chegada,
Idolatram essas gentes?
Hoje estou mais velho
Que Pablo, o Neruda,
Vinicius, o dos Moraes...
Que sucumbiram antes
Dos setenta. Um dia
Alcançarei a longevidade
De Quintana, de Drummond,
Nesses anais...
A vida passa rápida,
Como quem, com muita pressa,
Se fez viver... E viveu-se.
Nesse passo lento despeço-me
Desses que se foram antes,
Congratulo-me
Com os mais idosos,
Sem a pressa de irem-se.
Hoje, mais velho que muitos,
Pela rua,
Mais velha a cada instante,
Sabedor de não saber
O que pensava saber
Antes.
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