A realidade pode
esperar
Todas as obras
construídas
No plano de um dia
concretizadas?
Todas as viagens, os
diplomas,
A ansiedade pelo desempenho…
Os motores, as motos,
os hotéis,
Os cruzeiros pelos
caribes…
Tudo realizável no
plano dos amanhãs.
Pelo fim dos tempos,
Quando as pernas
afrouxam,
O sexo, os braços, os
abraços…
A procissão de fatos.
Esperar…
Esperar…
Até quando não houver
mais
Motivos a sonhar
A espera.
Meu pálido amigo
Meu amigo estava
pálido,
Troncho, procurando
encosto
Pelas ruas sujas de seu
trecho…
Viajamos no tempo
tantas vezes
A relembrar o vadio
passado.
(Tinha muito medo do
inferno
Prometido a ele,
desacreditado)
Tergiversava sobre
isso,
De merecimentos…
Caminhava, com muito
esforço
E pouco avanço, sumiu
de vista.
Faz falta sua conversa
abalizada
Sobre as matérias
advocatícias…
Hoje tivemos notícia do
velório,
Fomos pra lá, uns
orando pela sua alma,
Outros refazendo nossos
passos…
Impressiona como,
depois de morto,
Ele nos parece mais
sadio que em vida,
Com a calma usual aos
mortos,
Sem a palidez da lida.
Espaventados
Os pássaros
Abatidos pelos estilingues
Cantam do lado de lá,
Fora da vista dos predadores.
A passagem do trem
Espanta os pombos,
Sinos as andorinhas
E tudo é tão corriqueiro
Para o homem
Que passa veneno
Nos pés das couves
E envenena o outro homem,
Talvez intencionalmente?
Espaventado tenta.
Ao cabo dos dias
As mãos
Já não respondem
Ao gesto.
As mãos
Já não espremem
Limão,
Cravos nas costas
Do parceiro.
As mãos
Já não se firmam
Ao cabo da faca
Na feitura do palito,
Já não apertam outras
Na feitura dos amigos,
Mas continuam aqui,
Tremendo e esperando
Paralisarem de vez,
Ao remate da tarde,
Resumindo as dores.
CONVIDO-OS A VISITAR MINHA PÁGINA
E VER COM MAIS INTIMIDADE VÍDEOS E TEXTOS
Cada um colhe seu semeado?
Hoje os tomates
São feito estratos,
Colhi-os pela manhã,
Na banca do mercado,
Passados de maduro,
No ponto para a fervura,
Assim como os meninos
De um tempo, semeados…
Batidos com suas sementes
E suas cascas, seus miolos,
Assim como todas as frutas
E verduras e pessoas, para
Moê-los nesse tempo afora
E verte-los ao sal e à água
E conserva-los nesse gelo
Que nos faz consumidores
Do não plantado, colhido
Ao desassossego, à revelia
Do velho ditado,
Na efervescência…
Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Scortecci, Saraiva.
Incógnita (Portugal)
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Perse e Clube de Autores
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Questão de religiosidade
Eu acredito em Deus.
A dúvida é se Ele
Acredita em mim…
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