esperanças
vazias
O caminho
está aberto...
É por aqui
que me vou,
Levando a
mala cheia
Das
esperanças vazias...
O que
ficou, ficou...
O que vivo
hoje é legal
Mas nunca
saberei
Se é
melhor reviver
Ou esperar
amanhecer
O novo
avistado longe...
O caminho
aberto
É o
convite a percorrer
Sem medo,
com cuidado,
A parte
feia do abismo
Que viaja
ao lado...
O caminho
está aberto
Roçado,
Cuidado,
Varrido...
Da entrada
ao postigo
O caminho
está aberto,
O resto é
contigo.
Na praça
Onde as
árvores descansam
Dorme um
mendigo...
Enquanto o
frio desfaz-se
Em folhas
caídas
Da última
quaresmeira
E um
menino brinca no balanço
Umedecido
pela névoa...
O inverno
brinca no balanço,
Com este
menino
E com a
árvore nua assistindo
Entre
pedras sobrepostas ao brejo
Apegado
aos pés teimosos
Do
pipoqueiro distraído...
Aqui se desfigura
O corpo
acidentado
Enquanto
saqueiam
A carga
tombada.
Geme entre
ferragens
O condutor
lesado
Enquanto
saqueiam
A carga
tombada.
Como pode,
SENHOR!
Tal
insolvência do ser
Que seria
humano,
Não fora
tão odioso
Este ato
de civilidade!
Som, pois selvagem
Assim não
age sobre
O ser que
parte.
É... Eu
tenho essa paixão
Pelos sóis
das manhãs,
Quando
brilha o vermelho
Antes da
luz plena levantar-se.
Talvez
seja isso que me prove
Seja eu
poeta, sendo homem.
A paisagem
é o poema
Que se descortina
em imagens,
Quando vem
a neblina
Vejo
neblinarem na grama branca
A vaca
amojada, uma criança
Caminhando
para a escola,
Sua mãe
coando o chá pra tarde...
É... Eu
tenho essa paixão
De ver
entre paredes
O que de
ti se esconde
E é quase
nada a acrescentar
Ao cheiro
do feno colhido ontem...
O tempo
Tomou a
forma
Desses
cabelos ralos,
Dessa face
em rugas,
Desse
cansaço acárpico
Das manhãs
caminhadas
E as
tardes dormidas...
Este sol
de inverno convida.
Essas mãos
ceadas
Dão-me
vida, sonho ainda
A próxima
partida.
Depois de
tantos funerais
Depois de
tantos funerais
A paisagem
continua ilesa
Com seu
verde ar florido
Desde
antes de eu vir
A estar
presente à mesa...
Depois de
tantos funerais
As luzes
continuam acesas,
Talvez
mais que antes,
De quando
ainda vivi
A apreciar
sua beleza...
Depois de
tantos funestos
Encontros
dessa realeza
Posta de
joelhos frente
À verdade
da natureza
Escureceres
Quando
escurece
O som da
passarinhada
Trazendo
grãos e moscas
À sua
prole, me ilumina...
Acorda em
mim o viajado,
Voltado ao
ninho
Trazendo
moscas pasmas
Nessa
mochila abstrata...
Quando
escurece
Preocupa-me
a forma
De meus
danos
Entre as
manhãs dos ontens
E a grade
derradeira
Dessa
miragem.
Distorções
O que me
abate
É ver
essas crianças
Enxotadas
dos portões
Com suas
fomes
Enquanto
“mãezinhas”
Carregam
seus cãezinhos
Vestidos
de meninos
A passear
pela tarde...
Uns
procurando lugar
Para
defecar
O que
recolhem,
Outros a
procurar
O que se
come!
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