A vida
Sobre o que se fez
E o que se faz
flui entre o que fica
E o que se vai.
Dá-se o ar da graça
Mesmo que não tenha graça
A situação de desgraça...
O cão é o melhor amigo?
Então, por que encoleirado
Nessa amarra curta?
Cachoeira
Desce rio abaixo
Sobre pedregulhos soltos
E vaza...
Que belo exemplo,
Não teimar subir montanhas
Mas
Seguir sua natureza,
Descer para conquistar
A liberdade
Do sonho...
sergiodonadio
Em frestas
Quando engatinhei
Já pensava ter conquistado
O mundo...
Quando se me abriu a porta
Assustei-me com o tamanho
Do mundo...
Quando decifrei as letras
Desse livro aberto,
Abismou-me
A dimensão do mundo,
Arriado às portas
abertas...
Continuo procurando
Há sete décadas conhecer
Parte desse mundo
Enfrestado...
Descobri, há tempos,
Que o tempo anoitece
Sem me dar atentos...
Vivências
Todos vivemos
As mesmas agruras?
Alguns se fecham
Em redomas protetoras,
Outros se expõem
Abertamente...
Somos iguais,
Sendo diferentes.
Dormimos nossas aflições
Com nossas esperanças,
Sonhamos nossas condições
Em nossa realidade...
Mas somos!
O que nos faz iguais...
A resposta
De um tempo vivido?
O que ficou para trás,
Sonhado... Esquecido?
O que virá pela frente,
Arado? Decernido?
Quem sabe, aqui
Possamos ser reais,
Sendo gente,
E ter sentido...
No colo de tuas mãos
Passei meses
Olhando teu rosto,
Talvez uma expressão, de peso?
Não sei se seria a dor do
parto,
Ou da partida...
Sei que me olhavas enternecida,
Complacente com minha
fragilidade
Mas, com o amor estampado
Num semblante esgotado,
Eu era seu décimo parto!
Poderia ser isso aquele
olhar
Sonolento de cansaço...
No colo de tuas mãos
Vivi quantos tempos?
Meses? Séculos? Momentos...
Não sei se me desprendi do
colo,
Quando foste de nossa lida...
Sei que fazes falta no meu
entardecer
Agora... Olhar cansado, pés
exaustos,
Coluna alquebrada pelos
fatos,
Querendo ind’hoje o colo
de tuas mãos
Consolo às aflições desse
alvoroço
Que é ter de voar sozinho,
Sem saber como, nem
caminho...
Parecia fácil olhar
adultos
Expressando maturidade
vencida
À primeira mulher de nossa
vida,
Atribuladamente sucedida.
No colo de tuas mãos
Tenho guarida!
sergiodonadio
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