As
dores vividas
Já
não lembro mais
As
dores vencidas...
O
tempo professa ideias idas...
A dor
mais antiga,
A da
criança nascida,
Balança
em cepos
Sua
esperança...
A dor
da adolescência
Se
sabe dona da lida...
A dor
amadurecida
Adulta
a bela figura...
Enfim
a dor terminal
Corta
membros vencidos,
Para
não doerem mais...
Recomeça
em novo parto
Na
dor vencida na parida...
Tempo
das abotoaduras
Todos
se vestiam em ternos,
Passavam
pela escadaria
A
comprar abotoaduras,
Tempo
de bênçãos e mesuras...
Colarinhos
desprendidos,
Abotoados
presos...
Tempo
de lonjuras...
Gargantilhas
douradas,
Pares
de abotoaduras,
Mas,
todos já se foram
Das
continências às mesuras,
Incólumes
às solturas...
Costumes
A
tarde amoral
Vê
passar casais
Que
se engolem,
Pregados
aos muros
Se
desfazem
Num
prazer
Sem
limite...
Sem
somar riscos
E
posturas...
Esqueletos
Te dá
medo os esqueletos
Das
coisas idas?
A
mesa posta,
Já
desguarnecida,
A paz
exposta
Em
guerra vivida,
O
ronronar do gato
Que
sabe seus desatos...
O que
te parece
A mão
que te abraça?
Embora
não te saiba viva
A
posição do jarro
Inda
cheio de água,
A
mesma sede que
Te
apraz à vida...
O dia
depois da perda
Quando
não tiver caminho
Crie
um novo atalho,
O fim
do túnel é o mesmo
Do
dia anterior a este dilema...
Quando
não tiver caminho
Roce
a mata crescida na mente
E
siga pela trila até onde for
A
esperança, de partir...
Partamos
junto,
Que o
tempo é este estreito
Entre
decisão e indecisão,
É
preciso ser refeito
A
cada desilusão...
Os
sonhos que sonho,
Ensonado
ou acordado,
São-me
de grande importância,
Pois,
embora abstratos,
São
meus!
O altar de meus livros
Por onde
oro aos meus pecados,
Por onde
cruzo meus achados,
Por onde
trilho meus trilhados...
Esqueleto
das coisas idas
Te dá
medo
O
esqueleto das coisas idas?
A
mesa posta, desguarnecida,
A paz
exposta à guerra vivida?
O
ronronar do gato
Que
sabe as dores e desatos...
O que
te parece
A mão
que te abraça,
Embora
não te saiba vida?
Te dá
medo
A
posição do jarro de água,
A
mesma sede que te apraz
À
lida...
A
razão da saudade
O que
faz tão pouco
Neste
mundo louco?
Um
tão magro, outro gordo...
Um
amante, outro irrelevante,
Um
idoso em plena mocidade,
Com
medo da verdade...
O que
te faz medo
De
verdade? A verdade?
O
tempo decorrido entre
Tua
manhã, já tarde?
O
velho quarto em que
Habitavas
em solidão
Não é
apenas saudade,
É a razão!
sergiodonadio
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