Paraíso não é um lugar,
Paraíso é um momento,
Deixado no esquecimento...
Vamos juntando beiradas
De tudo que nos seja vida,
Aquela flor desfraldada
À outra flor, esquecida...
Quando suprir
Minhas necessidades
Inda sobrará energia para as
amabilidades?
As sobras deste ano
Estão se tornando restos
Devido a seus estragos...
No diz que disse
A vida continua
Quem cuida da do outro
Descuida da sua
A que veio a tarde
Que surgiu sorrindo
Entre lágrimas íntimas
Se expandindo?
Com o direito de sofrer
Indiferente ao uso
Que me fez a vida
Também dela usei
Suas preguiças...
Então viemos juntos
Aos pores de sóis vermelhos
Procurando novos caminhos
Em nossos espelhos...
Cá estamos a usufruir prazeres
Com direito a sofrer
Cada decepção e ir em frente,
Cheios de razão...
No fechar do dia
Vou fechar os dias
E guardar as noites bem-vindas...
Vou perder à força as utopias
E sangrar meus gestos
Frente ao universo de primazias...
Ao fechar minutos,
Que eu nem queria,
Vou sorrir à hora da nostalgia
E lembrar de coisas não vividas
Em euforia...
Vou tentar sorrir às lágrimas
De me sentir avesso às mágoas
E repensar cada euforia
Nesta fase de alergias,
Inocentemente resguardada
À vida...
Dias soltos sergiodonadio
Passamos juntos um dia solto,
Floreiras assistiam em silêncio
Observando nossos passos lentos
De caminhada aos fatos...
Como quem não queira esgueiram
enamorados adolescentes,
Como se soubessem tudo
Em não sabendo nada...
O tempo passa, e ao passar
Deixa esta marca anuviada ao vento...
Todos os passantes olham de lado
Esse perturbado errante,
Que em já tendo aprendido tudo
Se esquece do princípio básico
Da hera: agarrar-se à pedra
E não ceder aos ventos.
Ao longo do cais
Cabeças emergem
De um suposto naufrágio,
De cabeças...
Algumas voltam
A tesourar os fatos e boatos,
Outras não voltaram
De seus simulacros...
Ao longo do cais contíguo
Fenece o novo inimigo
E voltam a emergir cabeças
No vazio do trilho...
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