Remeiro
Quem tem o remo à mão
É que manda no rumo da viagem,
Nós outros somos passageiros,
Levados pelo remeiro
Sem dar palpite na meta
Ou no fim da estiagem...
Não tenha medo da viagem,
Deixa pro remeiro...
Não tenha pesadelo no sonho,
Deixa pro remeiro...
Não bote fé no vazio da estrada,
Deixa pro remeiro...
Quem tem o remo à mão
É que manda no rumo da viagem...
O resto é micagem.
sergiodonadio
À VEZES,
Quando a saudade aperta,
Vejo-me sozinho,
Rodeado de pessoas mortas...
Estão na lembrança
De fatos passados ao ermo,
Quantas vezes
A saudade aperta
Por vivências levadas a termo
Entre sonho e realidade
Tão próximos da verdade
Mentida em frases
Desabridas,
É a saudade...
Das coisas que não sei
Das coisas que não sei
Procuro aproximar-me,
São inúmeras,
Mas se distanciam
Quando indago seus porquês,
Por que estão aqui,
Nesta mente perscrutadora?
Por que não se alastram
Às pedras desta rua,
Vazia de vontades
Que não minhas,
Para responder à dúvida
Da palavra nula?
Das coisas que não sei
Devo distanciar-me
Como fazem comigo
De formas várias...
O voo da palavra
Queria dizer
O que não pude dizer.
Palavras libertas
Não voltam ao ninho,
Aves migratórias
Enxergam horizontes
E voam... Voam...
Assim as palavras
Esvoaçantes,
Indo...
Na lembrança
Seria muito
Dizer-me obrigado
Aos favores recebidos?
Por que, então,
Me esqueço se
Os atos estão vivos?
A verdade, sem subterfúgios,
Para o fato parecer real...
Se tiver medo da morte
Não tenha medo da vida.
A morte é inevitável,
A vida é planeável...
Por herança
O que temos por herança
Dos senhores feudais?
Terras? Casas de pedra?
O amor não é cego,
Nem conivente,
É paciente...
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