Novenário
Dos nove dias
Se passaram três...
O cansaço atinge a todos
Depois da chuvarada,
O padre descansa a cabeça
Olhos fechados,
Mente esperando o chamado
Da anciã esperançosa
De milagres para as dores...
Morre mais um na estrada
De movimentos acelerados,
O tempo faz falta ao horário
Apertado das coisas fúteis...
O novenário cobra resposta
À proposta de orações
Levadas a termo
Antes que sucumba a fé
No labor extremo...
Entalhes
Nosso tempo,
Cinzelado com tantos detalhes,
Entalha cores e dores
E prazeres
Num mesmo cinzel ornado
De labores distraídos
Na falsa moldura
Dessa escultura ao prazer velado
Na dor do dissabor
Das horas mal dormidas,
Caladas nas noites chuvosas
De memórias distraídas...
Tempos há
Tempos há
Em que perseveramos
Nas coisas fúteis
De nossos enganos...
Tempos há
Em que revigoramos
Saudades moventes
De nossos labores
Mas,
Sob a égide de pensamentos,
Ordenhamos o lume
De úberes cheios
De amores etéreos
D’outros valores...
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