Aqui, na paz do
silêncio,
Silencio tensa a
sobra deste dia.
Aqui, entre flores
e espinhos
Idolatro a arte
ter-me vindo.
Aqui, entre
pilastras firmes
Me enternece a
mente
Esquiva desse
labirinto...
Daqui d’onde me
aprecio,
Vejo a parte
límpida dessa
Fonte a laborar o
brilho...
sergiodonadio
Quem sabe o vinho
Inda brote neste
umbral
Espremido em
frutos
Deixados no
quintal...
Parece insano
O termo que ouço:
-Grunhido
humano...
Quando o sol se põe
As verdades recrudescem
Com tal força intrínseca
Que a dor espairece entre
Parições antigas...
Agora, às seis horas da tarde
A face enrubesce e desfaz-se
Em folhas soltas de preces
E raízes descarnadas...
Agora todas as sombras
Se desensombram dos nós
Que tropeçavam nelas
Ao sol do meio do dia
Expresso em agonias...
Outonal
A linha tênue
Entre as franjas do verão
E as outonais se iluminam
A este sol brilhante
Das onze horas deste dia
Disposto às alegrias de viver
E viver-me em sentimento...
A linha se atenua em suores
Nesta manhã de afazeres
E desfazeres de imbróglios
Advindos das festas finais
De um ano pandêmico
E bagaço demais...
sergiodonadio
Forração de ideias
Dizemos,
Inadvertidamente,
- Vou tomar uma água.
- Vou levar um tempo.
Como se pudesse
Dividir água ou tempo
Em partes de divertimento
E advertimento...
Fácil se arguiria sobre partes
Divididas em lidas
De forrar ideias de idas e vindas
Como argumento
Uma vez ditado o
verso
Perde-se no
universo...
Estamos parados no
tempo,
Um tempo assim ilusório,
Que ao ver tentos
vencedores
Tornamo-nos seus
servos
Aduladores...
Com meus botões
Das vezes que
parti
A conta não tem
hora,
Fico com meus
botões
E o tempo
evapora...
De tudo que perdi
Jogando o tempo
fora
Fico com meus
botões
E o tempo evapora...
Será que esqueci
O quanto nós
sofremos
Antes de
machucados?
De tudo que
esqueci
Perdendo de hora
em hora
Vi o tempo ir embora...
sergiodonadio
Os mares
desmedidos
Na medição dos
mares
As marés mentem-se
Atribuindo às
areias
Que se repartem
Em teias dos
tempos
De mares
desmedidos
Nas marés
cheias...
A água está imóvel
Sem a precisão dos
homens
E se rebelam
contra
A invasão dos
foles
Entre solfejos e
redondilhas
A pô-las em
movimento
Não por sua
vontade,
Por seu alento
Ao vento...
Fujo da tristeza
Que me acode os
dias,
Que vida se guia
Com certeza
Pelas alegrias...
Desmembradas
as fases
Socorrem-se às
lidas
Testando as
verdades
Nas despedidas...
Sei que não tenho
as forças
Que tinham meus
ascendentes
Mas espero ter a
coragem
De ir em frente...
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