Acolitados
Dizem que a
riqueza moderna foi inventada, há cerca de 200 anos, o ocidente teria
descoberto como enriquecer, os que aprenderam prosperaram, os outros patinam
neste “aprendizado”. Duas ideias erradas: Uma que vem da exploração, advinda da
revolução industrial, que prega o poder de alguém enriquecer tirando do outro.
A segunda, concebida no mesmo erro: A riqueza vem do aproveitamento dos
recursos naturais de cada região. Os recursos naturais dependem do mercado, sem
isto nada valem. A riqueza moderna não vem de ter fonte primária, mas de
descobrir como usufrui-la, os países com pouca chance de recursos naturais, o
Japão por exemplo, mas com habilidade de exploração desses recursos oriundos de
outras partes, são os que mais usufruem dessas fontes. O mundo colonialista
pode não ter tirado proveito das colônias a ponto de enriquecer, pois as
riquezas vindas das colônias foram suplantadas pelos encargos. Tampouco o fato
de ter sido colônia tornou pobre, irremediavelmente, o colonizado, pois quando
se libertaram tornaram-se economicamente competitivos, agora algumas dessas
ex-colônias florescem num patamar idêntico aos seus colonizadores, outras, que
não tiveram essa experiência, não atingiram boas condições. Isso não justifica
o colonialismo, que conceitualmente contrariou os valores modernos. A
exploração do ser humano pelo outro ser humano assume diversas formas, a mais
característica é do escroque que explora o crédulo. Levando isto ao nível de
nações, pode-se imaginar que os países ricos provocam a estagnação dos países
pobres. De certo modo pode ser real, mas sem a exploração das fontes, alcançada
pela tecnologia implantada pelos poderosos, esses recursos continuariam sem
valor algum. Segundo estudos a terra possui recursos naturais suficientes para
a população crescente obter melhores padrões de vida. A sustentação dos países
mais pobres são as transformações internas, incluindo políticas humanitárias,
melhorias na agricultura, na modernização, até dos conceitos. A independência
do auxílio exterior só pode secundar o esforço interno, os países pobres têm
uma difícil tarefa de criar novas maneiras de agir frente ao “coitadismo” usado
como parâmetro ante favelados e flagelados, desistidos de resistir ao poder do
aquinhoado de persuadi-lo de sua “incompetência”. Este ajeito de apequenar a
competência pela aparência destrói a autoestima do que vem de baixo, fazendo-o
considerar-se inapto pelo fato de assim ser tratado. Voltando ao coletivismo de
nação, encontram-se argumentos de que países ricos devem concessões ao terceiro
mundo, pela necessidade de recursos naturais deles, erroneamente interpretados.
Segundo Herman Kahn na sua teoria sobre a situação nos próximos 200 anos,
apontando dez motivos para o abismo entre ricos e pobres, a situação ajuda os
mais desfavorecidos a desenvolverem-se mais depressa, pois os países ricos
fornecem mercados, tecnologias, exemplos para serem copiados e são forçados a
criar mercado para desenvolvimento dos países pobres. Isto não é gratuito, mas
seria pior sem este prato feito para os chamados países pobres alimentarem seus
sonhos de fartura.
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