O poeta não é um fingidor!
É um operário longe das
forjas
A forjar na mente ideias
novas,
Tornear reflexões claras,
Vivas peças de viver o
tempo.
Pode uma palavra ser tão
mortal
Quanto a adaga, mas não
haverá
Intenção de ferir por
sincera,
Viva, lavrada em puro
esmero.
Não forjamos aço para
guerra.
Forjamos almas para a paz!
Não moinhos de vento,
ideias!
O poeta não é um fingidor!
Não finge que seja dor
O que deveras dói na alma.
O muro das conversas
Prende esconder de outros
As novidades chulas,
As verdades claras,
As vozes exultadas
De saber segredos...
Este muro invisível
De intenções marotas
A dizer baixinho,
Para que não se o ouça,
Acontecidos da tarde solta
Entre manhãs verdades.
A certa altura
Todos estaremos bêbedos,
Uns de álcool,
Outros de letras.
Alguns se embriagam
Dos dois
E ficam se masturbando
Vendo a bêbeda mostrando
As partes.
É assim que divisamos
O amor real,
Imaginado ser real,
O impossível amar
A felicidade
da tristeza.
Ensejo
Do livro ensejos
A poesia deve perfurar
paredes,
Mentes reacionárias,
vadiações
Do tipo não sabe nada...
A poesia deve sangrar os
poros,
Chacoalhar miolos nas
variações
Das frases natas...
A poesia deve morar na
lagarta
Que explode de seu casulo
E colore-se borboleta...
A poesia deve ser pura
para impuros
E impura pra os puristas,
sem
A náusea provocada pela
ira.
Que a poesia é voz, não é
mania,
É como que seria
providência,
Não a penitência do
culpado.
A poesia escuta o mal
falado
E explica a datação
carbônica
De cada ato, desde o
ranço.
A poesia é para ser a
recriação
Do fato, mesmo do que
ainda
Está por acontecer.
Sergiodonadio.blogspot.com
Lições do fogaréu
O renascer das coisas em
cinzas
Faz crer na existência de
um deus
Entre as inverdades das
promessas
E a verdade dessa brotação
em festa.
Daqui, desse solo
carcomido,
Dentre as chamas as cinzas
mortas
Revigoram o verde, esse
milagre
Para quem não acredita
mais nisso.
Olhai os lírios do
campo...
Que os plantou e fez
florescer
Tais puros caules a fazer
colores
Das cinzas que ventaram
ontem?
Se hoje existe esse campo
verde
Que vejo entre minhas
dúvidas
É porque a natureza mais
que abusa
Das precauções do cético.
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