Alguém que não guardou
Para o amanhã que é hoje,
Pensa no suicídio a
resolver
O “irresolvível”...
Usurpadores, malas cheias,
Que logo serão soltos...
O mundo está pondo fogo
Mas nós somos outros
Ateus
O livro aberto
É um hospício
Acatando palavras loucas
Expulsas das ruas
Por sua loucura
De dizer-se sincera
E amável em nome dele,
Enquanto aferroa outras
Menos capazes de se defender.
O livro, esse hospício,
Tenta curar palavras
Que juram te visto deus
Fora de suas páginas,
De seus dogmas,
De suas verdades
Mentirosas.
Ouço a montanha
Ouço a montanha
Assobiando ventos
De cima para baixo,
Dobrando caules novos
À sua verdade...
Ouço a montanha
Reclamando as águas
Que descem riachos
Sobre mansas taboas...
Todos somos sinceros
Frente à força de arguir
Dessa montanha braba.
Desconsolos
Na praça
Uns senhores idosos,
Velhas carcaças,
Jogam dominó, tranca,
Assuntos afora...
Outros assistem
aquietados.
Numa mesa à distância
Uns bêbedos,
Com seus olhos inchados,
Balbuciam iniquidades,
Como certos políticos,
Cuidam de uma vira-latas Empanturrada
de restos
Deitada um papelão sujo.
Me assusta o jeito
Como esperam pela morte.
As pombas ciscam na
calçada
O farelo disso tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário