Digitais
Essas sujas paredes marrons
Amarelas...
Essas letras comestíveis
Sobre elas...
Essas mãos de crianças,
carimbadas
Nelas...
Uma incondicional
deferência:
Todas se curvam à mão da
criança
E de seu chocolate amargo
Nas terças de madeira e
prego
Vistas arranhadas pelas
rodas
De suas bicicletas
E tomadas ousadas...
E mãos frenéticas...
Tudo isso é uma cena que
passa,
Que lembra um tempo que
passa,
Que faz uma lágrima, que
fica...
E abraça.
Fim de baile
Talvez seja propício
historiar
O imprevisto das horas
doce-amargas...
Assim o canto não sai de
ser um conto,
Mas dói como a levada
cansada
Das pernas frouxas de
viandar...
Talvez o choro extravase a
alegria.
Talvez agora a mão
indecisa se firme.
Talvez o momento seja
promessa.
Talvez eu já não tenha a
pressa
De sorrir ou chorar, de
brigar...
Talvez o hoje seja a razão
de voltar
Ao mesmo lugar de ontem,
de antes,
De nunca ter saído daquele
não lugar,
Embora viajado infernos
paraísos
Nos momentos depois do
juízo.
Talvez o depois seja o já
vivido e
O agora a proporção de nadas
A mensurar os possuídos
valores de
Antes de regrar as mãos e
os pés,
Antes de dizer à que se
vai.
O canto capaz de sonhar-se
poesia
Entre uma palavra vazia e
um penar,
Monótono, mas interessante
de pensar.
Talvez por isso a mão
tremule,
Não o adeus, a lonjura do
adeus.
As fases passadas na
vivência
Veem chegando devagar ao
gesto,
O gesto emperra
pensamentos
Num apenas vulgar
sentimento de
Choros convulsivos... Ou
risos.
Talvez agora o riso seja
felicidade,
Mesmo que tarda, mesmo que
lisa,
Como a face enrugada lisa
da velhice
Moldada nas horas de
espera
Pelo chão que vai sumir...
Sumindo.
Aí sim, talvez a mão seja
a extensão
Do abraço, e o traço,
ah... O traço
Seja traçado num papel em
branco,
Outra vez redesenhado para
sorrir
O choro das intenções
divididas.
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