O casal
Sentados à
porta
De sua
pequena casa
Os dois
idosos riem…
Atoa se
divertem,
Com pouco se
alegram…
Pergunto
sobre,
Eles riem de
novo
E explicam
que,
Com suas mãos
calejadas
E suas pernas
tronchas
E suas
cabeças esquecidas
Descobriram
hoje
Que o inferno
não existe,
É apenas uma
ameaça
Ao mal
comportamento…
Eles riem
Porque já não
se lembram
De terem se
comportado mal,
Agora que mal
se comportam
Eles riem…
A sala de
espelhos
Os momentos
São como uma
sala
De espelhos…
Depende
Do lado que
você olha
Você se verá
gordo,
Magérrimo,
Legal…
Mas é tudo
A mesma
mentira,
Tudo igual…
Temores
A fé que nos
dirige
Faz com que
aceitemos
Nossas
deficiências
E não
briguemos na rua
Nem corramos
do outro
Ou
enfrentemos o olhar
De
desconforto…
A fé que nos
dirige
Nos faz
certos e eretos;
Ou isso o que faz
É o medo?
CONVIDO A VISITAR MINHA PÁGINA
COM VÍDEOS E TEXTOS. Disponíveis
No blog Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Scortecci, Saraiva. Incógnita (Portugal) Amazon Kindle, Creatspace
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Perse e Clube de Autores
E seus
distribuidores.
Quaradouros
Vou estender ao sol
Meus desconfortos,
Secar as mágoas
Que entristecem
E umedecem a fronte.
No mesmo varal
Das incertezas dependuro
A dor dessas ausências…
O riso… O riso não se fez
Preciso quara-lo
Entre outras faces
Da existência.
Promoções
Esta parede amanheceu
Cheia de sol,
Mostra-se ao dia
Com seus letreiros múltiplos,
Aqui se faz o preço
De cada dia novo…
Na oferta da terça
Invalidando a segunda,
Se não validaste o que querias
Foi-se a vantagem deste dia…
Na quarta amanhecerá cheia
Dos sóis das quintas…
Foi pouco?
É a festa de cada dia
A cada gosto.
Eu canto
as cores do dia!
Na ária desse quintal
Acho muito normal
sentir as cores
De cada pedra, da flor
Na florescencia
do mangericão,
Nos pulos do gato,
Nas faíscas na lenha…
Sou grato à visão
que me dá a vida!
o cheiro das chegadas
E de cada partida…
Dos gestos treatrais
das coisas vivas.
Da água que nos guia…
Sou o que canta
as cores do dia!
O cansaço das horas
O tempo vai além
Do cansaço das horas…
Me sinto ausente
Nesta tarde de memórias,
Ausente de mim,
Presente na redondeza
De árvores e cães latindo,
Flores florando floradas minhas…
Estou no armário com minhas xícaras,
Na mesa com o alcatre acebolado
E as saladas frescas…
Na foto na parede, no relógio,
Na hora que marca
A não hora perdida…
Ausente nos compromissos,
Com tudo que me chateia,
Presente na redondeza
Com coisas que me rodeiam
Sem presença garantida.
Purezas
Poetar é poetizar
A necessária fúria do dia…
Neruda já dizia que a poesia
Fizera dele o sonhador das águas…
a perfuração da sombra,
o vazio constelado do céu distante,
e o mar… O mar…
o último amante.
N’0utra palavra:
“A pura sabedoria
de quem não sabe nada”
Tédios tardios
Quando nascí
Minha Mãe já parira
Nove vezes,
Teria amor para todos!
Em seu corpo pequeno
Armazenara transigências
E intransigências
Para cada memento nosso,
A ver com seus momentos…
Quando cresci meus pais
Contavam vivências…
Saudades de seus tempos,
Me entediava ouvi-los
E senti-los distantes…
Agora, amadurecido,
Conto minhas saudades,
Distante dos sonhos novos
De meus filhos…
Meus netos entediam
De
ouvir seus pais
Contarem suas saudades…
Em mesmo trilho.
As sombras se solidificam
Quando vais embora…
Não te iludas com o esquecimento
Das coisas consideradas fúteis,
Elas são as sombras
De suas atividades fortuitas
E
Ficam solidificadas nas sombras
Que deixaste pelas vias…
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