Metáforas
As irmãs
religiosas
Viajam no tempo ontem,
Desbravam o tempo
hoje
Em
misericórdias...
Sinto sua presença
Nos menores atos
da rua,
Uns meninos
desajustados
Põem-se a
prevaricar
Sobre a fé dessas
Irmãs...
Com saudade as
olho
Com seus trajes
longos
E suas cabeças
cobertas
E sua fé nas
verdades
Das próprias
entidades,
Agora que até o
Papa
Diz que a história
bíblica
E metafórica!
Batismos
A moça
Que
veio de longe
Alerta
para sua ausência
À beira
dessa água corrente...
A moça
Leva
você em pensamento
À beira
dessa água
E te
batiza com ramos bentos...
E vaza,
Como
quem se deu por satisfeito
Com sua
presença de alma,
Embora
teu corpo esteja molhado
Teu
pensamento seca
Tuas
intenções de fato,
Ingrato.
Hora
tardia da manhã
Meu
poema
É uma
canção de ninar
Para
mim mesmo,
Este
menino crescido...
Parece
não ter lugar
Na
mente desastrada
De
haveres e deveres
Desses
tempos rasos...
Meu
poema traz à memória
Lembranças
jovializadas
De cada
época corrida,
Daí
veem-me Menino...
Mas não
estou chegando,
Estou
partindo.
Janelas
fechadas
O
estalo do vento forte
Na
veneziana
Adverte
os incautos
Que sua
proteção
Não é
de arame eletrificado,
Mas sim
De
opções pelo cercamento
De suas
ações de antes,
Janelas
fechadas
Ao
entendimento
Ferem a
noção de liberdade
E
segurança...
O
estalo no bater da janela
É fato
amedrontador
De
viver essa liberdade
Imprescindível
ao ser,
Ávido
de ser.
Aviso
aos navegantes
Naveguem...
Naveguem...
O mar
está distante
Mas o
sonho é lindo.
A
realidade
É não
ter medo da água,
Mas lembrar
de que
Ela
represada em rio
Afoga o
nadador.
Ao desalentado
Não tem
muito
Que fazer
neste
Momento,
A não ser
o indizível
Gesto brando
De aceitação
Sem ternura
Que bate
firme
Nesse coração
Tornando
o criador
Em
criatura...
As palavras
mortas
As palavras
matadas
No silêncio
da vergonha,
Diluídas
em tantas outras
De baixa
escaldadura
Conferem
ao olhar
A obrigação
de externar
Dizendo
tudo ou mais
Do que
diria a palavra dita,
Antes
revertida em calma
Nesta raiva
absoluta!
O bom
da vida
É ter
vivido
Cada momento
Dispendido...
Pássaro
calado
De muito
velho
Já não canta
O mesmo
amor
Que te
alcança...
Teus medos
De tua
cara em negro
Faço-me
teu segredo
Que não
comporta
Impedimentos,
Na fase
das fazeduras
Sou teu
primeiro medo,
O que
frequenta teus sonhos
Desninhados
hoje
Frente ao
itinerante passo
De arremedos...
Seria lícito
superar
Novos degredos
A cada teu
novo medo?
Quando tinhas
asas
Quando tinhas
asas
Voavas teus
sonhos...
Enquanto
meditavas.
Com o
trampo forte
Perdendo-as
Nas responsabilidades
De novos
tempos
Sobre ocasos
distraídos...
E nada...
Nada disso sobra
Para o
dia vindo agora,
Sem apelo
à força
Acreditada
destino.
Somos mesmo
racionais?
Mas me
parece que outros
Sabem melhor
que nós
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