O silêncio
de Deus
No dia da
consciência...
(negra,
branca, amarelecida)
Ouço
algumas vozes, de pastoreios,
Dizendo-se
emissários de um deus.
Ouço a
cantoria das beatas,
O
despreparo ao ignoto,
O ateísmo
dos descrentes...
Mas não
ouço a resposta de Deus
Com a força
que querem uns,
Aos outros
a derrota.
Cremos
todos em um deus,
Cada um a
seu modo,
Dos
senhores das almas
Aos
senhores dos ouros...
Ouço os
materialistas discordarem,
Sem
explicativa ou alternativa
Para os
fatos de cada tempo,
Chamados
milagres... Ou malfeitos.
Mas não
ouço a resposta de Deus,
Nem aos
bem-feitos!
Benfeitores
os há,
Tanto ou
mais que malfeitores,
Mas
falhos, por feitores.
A resposta
não é pela palavra
Que vem
dos homens,
Que chama
à razão e nos consome.
Ouço a
gritaria pelos templos,
Não mais
sacrificando cordeiros,
Mas
intimidando almas de fracos,
Que
cederam ao ferro posto
Na palavra
que sangra cada alma,
Tanto ou
mais que a chibata.
Mas não
ouço a resposta de Deus
A esta
escravização franca,
Sem algemas,
desconscienciosa,
Açoitada
pela miserabilidade imposta
Pelas
desigualdades,
Legalizadas
por estas amarras,
Impostas à
favelização forçada ao fraco,
Doentivadas
de sem revolta!
Pode ser
justo crianças nos esgotos?
Pode ser
justo plantar e não colher?
Mas não
ouço a resposta de Deus
Na
massificação das fomes,
Por
comida, saúde ou cultura...
Na fé dos
incautos.
Talvez eu
esteja surdo.
Tu vês os
meninos famintos?
As mães
desesperadas?
Os pais
desocupados?
Com suas
mentes
Ocupadas
pelos predadores?
Eu vejo e
ouço!
Invejo tua
boa visão
E audição
à inaudível palavra
De Deus!
Sergio.donadio@yahoo.com.br
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