Questão de valores
Às vésperas de
mais um tempo natalino, valorizemos a ação, as vitrines estão ofertando tudo,
de árvores brilhosas a estrelas azuis, mas quase tudo é falso, das árvores
plastificadas às estrelas purpurizadas, fantasias a brilhar olhares fúteis,
ruas iluminadas, lojas preparadas para abstrair desejos acumulados na
pandemia... às vésperas deste natal, procuremos a essência guardada nas
intenções, entre as ofertas descabidas de brilhos falsos, encontremos o brilho
do amor privilegiado pela ação! Será preciso mais atenção para enxergar os
verdadeiros valores, inerentes às nossas almas, acima das alegorias ofertadas
pelas luzes piscantes nas vitrines, d’onde mostram a materialidade do momento,
a eventualidade dos risos soltos, os churros doces das ofertas... Procuremos lembrar o tempo de Jesus na terra:
Naquele tempo, Zaqueu, o cobrador de impostos, ao saber que Jesus viria à
Jericó, e que iria à sua casa, correu a preparar sua família para recebe-lo, naquele
encontro a riqueza de Zaqueu não importou para a presença de Jesus, assim como
nos dias atuais a riqueza das luzes e purpurinas não terão importância para a
comemoração da vinda Dele aos nossos lares. Não há, segundo consta, registro do
que conversaram nessa visita, como não haverá agora o que a presença de jesus
em nossos lares dissertará conosco, porque este dia será consagrado ao silêncio
entre nós e Ele, o que dialogarmos não interessa a terceiros, só a nós mesmos,
a cada um de nós, o que dizer a Ele, a quem referenciar acontecidos? Os amigos
de infância estão longe, os de agora não são tão íntimos para ouvir reclamações
doloridas hoje, então o que vale neste momento é o silêncio dialogado com Ele,
é a rendição à fé, seja ela de que forma for, o que aprece é sentir o
sentimento neste dia, a alegria pueril, a valorização do imaterial, o que
desimporta é a fartura material, os presentes caros, que endividam para o novo ano
as perdulárias joias para hoje. A valência para este dia é a presença dos
ausentes, dos que se foram e não retornam, dos que esqueceram o valor do
pensamento elevado ao patamar de oferta, como fora lícito se ofertar carinho,
abnegação, resposta aos anseios, a mão estendida ao que pede apoio... o que
vale é a intenção, o ato preservado de querer-se amado e do querer-te abraçado!
Como na cena bíblica da árvore na palavra de Jesus a Zaqueu, Ele está nos
dizendo agora: ”Desce daí, (de nossos preconceitos, vaidades, ambições) eu
preciso ir à sua casa hoje”.
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