Eis que passa o último
apressado
Eis que passa mais um pela
avenida,
É normal que desça esta alameda
Levado pelos que levou em
vida...
Diariamente alguém que se vá
leso.
Eis que passam as coroas
de flores
Reverenciando quem não se
importa
mais com a dor ou o riso ou a rixa...
É passível que se chore a
despedida
Do que não chora mais a dor
da ida...
Pode que seja alguém deslembrado
Nesse leito gemido e transtornado,
Como pode seja alguém inesperado
Deixando rastro, força desmedida,
Pensando ser infinda a própria
vida.
Sergiodonadio.blogspot.com
Tempos eletivos
Politicamente estou sempre
errado
Pois não creio em quem se credita
Sábio, moralista, criador
do fato,
De nova velha forma de desdita.
Quem o próximo a
despedir-se?
Pelo descuido, bebido ou
zangado...
Pode ser o perdedor sem
passado
Ou o ganhador, que enfim
se evita.
A perda é a recriação desse
tempo
Levado a ser manada e ser elenco
Da assisada primavera
reprimida.
Seremos, por conluio,
responsáveis
Por esses tempos
inadministráveis
Que roubam pouco a pouco a
vida.
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