Muitas pessoas,
adormecidas segundo Quintana, fazem falta. Principalmente meus pais, que me
seguram no colo ainda hoje... Tanto tempo idos...
PAI
Eu estava aqui enquanto
partias,
Ainda estarei aqui quando
fores.
Vi tua calma quando
morrias, e
Vai-me morrendo pouco a
pouco...
Um pouco a memória te
desfaria
Como desfizeram de ti os
ossos,
Mas estou aqui lembrando
disso,
Provando a mim quanto não
posso.
Mesmo que não me tenhas
alento
Ainda te escuto quando me
ligo
Às horas dormidas do
pensamento:
Um tanto memorar cada
momento,
A perguntar por mim se te
olvido,
A fazer-me chorar quando
te lembro
Mãe
A tua ausência presencia em
mim
O que falta de vida por
viver...
Como as raízes
hereditárias
Da planta mãe o solo que
acolheu.
Que mais posso querer da
tua terra
A que me fez firmar sobre
a minha
Os pés segurando um corpo
frágil
Que possa prever o que não
era,
A alegria nos tempos
imemoriais
Da infância, mesmo não
sendo
Eternos mas infinitamente
irmãos.
Carinho, conquanto breve,
temos
A paz de teu sermão, a
benção
No sempre abraço que nos
leve.
Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Saraiva,Perse,
Incógnita Portugal
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