Anuário para
minhas dores
Sentindo-me
Portador das
encomendas
Respiro esse ar
Das flores
olorizadas,
Esse som das
larvas
Mastigando folhas,
Esse farfalhar
Feito ao vento…
Não sou eu
Que vivo esses
momentos,
Esses instantes
É que dividem
comigo
Seus valores,
A água a mourejar
da pedra
A pedra a brilhar
da água,
Borboletas
Passeando sobre
flores
Emancipadas…
Não sou eu
Que vivo
O que o som
delata,
Somos parceiros,
Sim, dessa
efeméride,
Embora me ache
Senhor das
intempéries
Apenas capto
Essa vida em redor
de mim
A me mostrar
A independência
De seus atos,
Assisto
A nascimentos
E funerais da
espécie
Que viceja à
próxima
Primavera suas
cores,
Enquanto assisto
Esse féretro
acinzentado
De meus valores…
Absorto ao dado
fato
De que apenas eu
Não voltarei
renovado
Com as águas
Do próximo agosto.
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