Cicios
Anoitece em plena
Extensão do texto,
A cigarra cicia
Escondida,
Ao medo de ser
vista
E pegada.
Anoitece a fala
Das meninas brincando
As cirandinhas…
Ante a paz advinda
Dessa espera
A cigarra, a medo
Se cala.
Não se sabe quem
Está errado ou
certo.
Mais certo é o
incerto.
Gostar de pertinho
É a impertinência
Dos ausentes
queridos…
Segundo Paulo
Coelho:
O amor é uma
pergunta
Sem resposta.
Tenho outra visão
disso:
O amor é uma
resposta
Ao que não foi
perguntado.
Uns vencem pela
aparência,
Outros apesar
dela…
A paz que nos
governa
A paz que nos
governa
Chega ao avesso,
Urrando suas
forças
Entre crianças
assustadas…
Fazendo voar as
pombas
E esconderem-se os
gatos…
A paz que nos
governa
Expressa nessas
togas
Ameaças veladas
sobre
Madrugadas
sombrias
Estendendo votos
E críticas aos
devotos…
A paz que nos
governa
Por nervosa expia.
Poderes
Se pudesse
Daria mais atenção
Às pequenas
realidades
De meus sonhos…
Se pudesse,
Não voltar, mas
refazer
Os momentos
desfeitos
Pelo tempo…
Se pudesse
Sorriria aos meus
medos
De ontem,
anteontem,
Que o tempo
esclareceu.
Mas não posso,
Além de lembrar a
saudade,
Refazer cada
passagem,
Então está na hora
De contentar-me
Em sorrir das
situações
Chorosas de ontem.
Índole
Sou o predador!
O que faz
campanhas de preservação
Enquanto devasso
ao redor.
Sou o que admira
O canto dos
passarinhos avoados
Mas os prendo
engaiolados…
Me encanto com as
cores das flores
Mas as decepo…
Sou o que fere,
transgrede,
Regride ao estado
troglodítico
Enquanto me
vanglorio defensor!
Invejo o voo do
pássaro,
A agilidade do
peixe,
A beleza selvagem
do felino,
Mas combato todos
Com minhas prisões
sem grades,
Neste torvelinho.
Vives soçobrando
Sonhos de partir
Por medo de
Cada chegada…
Consciências intranquilas
As mentiras do
passado
Se tornam verdade
Por falta de
testemunha…
De mãos vazias
Coração carregado…
Se tiveres vivido
cem anos,
É uma vida!
Mas,
Cada minuto é uma
vida…
De mãos vazias
Através desses
tempos
Vividos entre
minutos
De espanto.
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