A duras penas
Bate-se a cabeça na
parede
Neste escuro da
intenção cega,
Restrita ao Caminho
adverso
Estreito... O
pré-julgado reto
Se modifica à
razoabilidade,
Mas a calosidade da
trombada
Faz lembrar a sensação
da dor
E a dor faz a opinião a
seu sabor...
Assim, todos que
cegaram antes,
Agora aprendidos,
voltam atrás,
Dando sentido à
imaginada
Condição de tendo-se condoídos
Voltarem os olhos para
o antes,
A perscrutar o não vivido...
Diferenças
O que soa
E o que sua,
Um é pino,
Outro é pua...
Lentamente surpresos
Descobrimos aos pois,
Que o melhor da vida
É o esperado vir depois...
Cismando os meus
momentos
Percebo o quanto deixei
de viver
Nos dias escuros da memória
Difícil de desvanecer...
A palavra na poesia
É a verdade...
Quase verdadeira.
Quantas vezes serás
olhado de soslaio
Pela visão podre dos pseudoarcaísmos
De senhores revisores
de textos...
Casuísmo inflado de
seus pretextos?
Que torçam
Seus focinhos
Esses consertadores
Conservadores...
Como cada objeto
Requer um conserto,
Cada opinião
Conserta-se ao jeito...
O dia hoje parece
amarelado
Num tom insonso de sopa
fria,
Talvez não devesse ter
vindo
Não fosse a precisão do
dia...
Deveres
Todas as guerras
Se somam às guerrilhas,
Até as pessoais, de famílias...
Os entreveros
atravessam muros
Pois os muros são transponíveis
Pelo ódio, deve-se
pensar nisso:
deve-se odiar o ódio entremeio?
deve-se odiar o ódio entremeio?
Deve-se desestruturar
os meios?
Acima dessa raiva há
que amar
E sorrir à lágrima a
ordem final,
Deve-se amar o próximo distante
Antes e depois do
atual...
De que vale
A direção seguida?
Contraria
O bom viver a vida?
Somos todos animais
Políticos!
Uns acerbados,
Outros pacíficos...
Direita? Esquerda?
E depois disso?
A cada mão dada,
Uma mão recolhida,
Assim se fez a história,
Tão pouco vivida...
Passos
Por muitos passos
Pisando o trecho marcado
areia,
Fundeando o barro
Pisa inda forte este
andarilho
Que desce os vales,
Que sobe os montes,
Que sabe, sempre, o
rumo norte.
Por muitos passos
Vazou as cercas, tomou
das águas
Seu gole curto à pressa
esvaída...
Que sabe tanto, que
nada sabe,
Pois não se amarra à
cerca viva,
Que cerca e amarra cada
saída...
É bom amante e sempre
sabe
Ao bom conselho dado
rasteiro...
Por certos rumos parte
ousado
E inda nem sabe seus
limites
E pensa sofrer todos os
males
Da saudade à taquicardia...
Por certos males pisa o
trecho
E reconhece o valor da
vivência
A carregar sua demência
E socorrer-se no dia a
dia
Por certa glória feito
magia...
Pisa inda forte esse
andarilho
Que sabe sempre seu
rumo norte
E parte, ao pôr de cada
dia,
Fugindo da ilusão da
morte
Que corre e mata o dia
a dia...
sergiodonadio
Manhãs previsíveis
Hoje quereria
Ir para o meu passado
De presumíveis manhãs,
Mala feita, sonhos
inteiros,
Chás de arruda e hortelãs...
Caminhar vários
caminhos
A procura do mel dos
dias,
Poder tocar os impossíveis
Sonhos plausíveis...
Poder chegar ao improvável
Ideal da candura estável
De passear entre meus
sonhos,
Escolher os
acontecidos,
A caldear os
desencantos
De os ter vivido...
Quero ir para o meu
passado
Como quem veio desprevenido...
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