O único necessário
Disse a leitora:
- A poesia é necessária
Se lida e entendida...
A poesia dita
interpretada
O que pode ser mais?
A vida?
Eirós
No escondimento
Da razão hierárquica
Parte o homem feito
À procura de si;
Neste firmamento
De esperas anárquicas
E desentendimentos,
Despoletados ermos
De cada razoamento
Detectado em feras
E forasteiros viajados
Outra vez sem destino
Nos eirós de pisos
velhos
Carcomidos...
Dois velhos dormidos
Ao desabrigo
Faz com que impostos
Percam o sentido...
O verso versifica,
Sem rima
E sem preguiça...
Se for preciso
Façamos as pazes
Com os que contrapesem
As decisões
destonadas...
Se for preciso
Façamos olhos vendados
Às posições
transversas,
Deixadas fluir aqui...
Que todas as fases são
válidas,
Mesmo as invalidadas,
Contrapesei-as com
outras,
Menos frágeis...
Os canteiros estão
semeados,
Espere... Espere a
chuva
Maturada...
Nem posso repreender
Este menino
Que também quebrei
janelas
Antes do siso...
Já não taco
Pedras em janelas,
Taco direto
No dono delas...
Ontem foi um dia cheio,
Hoje nem sei se já
veio...
Quantas vezes
Poluímos os mesmos rios
Por esses desvios...
A mágica
Que o tempo faz
É desaparecer
Vontades demais...
Por tempos imemoriais
Tínhamos senso,
Que não temos mais...
A flor que murchou
Na próxima chuva volta,
Para sua revolta...
Só de molhar os pés
Afogam-se nas marés...
Quem pode,
Em são juízo
Assumir
Cada prejuízo?
Antes de se ver
vencedor
Verifique se não foi
vencido...
Sobrevivência
Tudo,
No tempo vivido,
É questão de sobrevividos...
Cada minuto convivido,
Ou deixado de conviver,
É computado perdido...
Nessa espera que rege o
tempo
Minuto a minuto
Procuremos absorver
Cada suspiro em forma
de ação,
Antes que prescreva a
opção,
Passamos por perrengues
Inimaginados antes,
Sair dessas
arranhaduras
É a arte de viver
persistentemente
Cada ação na inação...
A palavra estava quieta
Lá no dicionário, mas
Em total desrespeito
O Poeta deu-lhe
efeito...
Quase todas as vírgulas
Não tem sentido,
Apenas represando
O que fora dito...
Sem segredo
A casa
Tinha cinco quartos,
A casa
Tinha onze filhos,
Na casa não faltava
nada,
De comida a calor
humano...
A casa tinha
galinheiro,
Ovos frescos, carne de
tacho,
Menino dormindo cedo,
Pessoa criando pessoas
Sem embaraço...
A casa tinha um lar
travesso,
Deixado cada palavra
opinar-se
Entre o sentar-se em
cesto
Ou ir-se cedo ao status
De saber-se gente e
ileso
Ao sabor do arregaço...
sergiodonadio
NESTA FASE DA VIDA
Já fui tantos
Que não me sei outro,
Absorto nas pequenas
Conquistas...
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