Serendipity
Serendipity, é o dom de cultivar
a consciência para que nos colham descobertas acidentais de coisas
inestimáveis, as quais não se esperava, mas que alegram o momento de as
descobrir, segundo conscientes. Exemplos: A descoberta de Colombo de um novo
continente onde pensava uma ilhota, a vulcanização da borracha por Charles
Goodyear, entornando borracha derretida e enxofre sobre uma chapa quente,
acidentalmente. Entre tantas, a satisfação das pequenas descobertas imprevistas...
[U1]
Serendipity,
para
cada um de nós é o momento de desvendadas surpresas que nos colham, que sacudam
a rotina e nos façam evoluir. São os acontecimentos despercebidos em outras
ocasiões, que nos chamam como surpresas inestimáveis em um dado momento serem
atraídos por interesses diversos dos costumeiros. Às vezes, quando nos sentimos
bloqueados e surge num repente uma ideia que nos tira da inércia, é o que nos
mostra um caminho, que desconhecíamos em outras vezes, por bloqueios de
desnecessidades, pois o Serendipity
não
chega quando estamos satisfeitos e sem curiosidade pelo novo, sem a percepção
da falta que surge num vazio de motivos, e nos chega quando insatisfeitos com a
mesmice dos ontens, repetida a cada gesto hoje. É quando, procurando um objeto
encontramos a saída para o momento, um anel perdido, um pé de meia, uma luva em
desuso, que nos atice a memória para algo esquecido entre retratos e bilhetes
de consolo, recados que fariam diferença se lidos num outro momento, e que
agora puxam a emoção por descobrir um novo sentimento. A agulha num palheiro
pode seja este pequeno objeto, antes desimportante, agora acendedor da emoção
esquecida na atarefada manhã de um dia, deixado na poeira... Sou avesso a dar
conselhos, mas nesta fase de vida, com mais recordação que esperança, posso
exemplificar meus motivos: meu Serendipity
de
agora, quando vejo claramente o que era obscuro antes, ou penso ver, nas coisas
simples de cada dia, como passar pela porta dos quartos de meus filhos e netos,
e vê-los vazios, sentar à mesa e tomar o lanche a dois, com as cadeiras desocupadas
ao redor, escrever sobre isso. Este é o meu momento de curiosamente folhear,
não o passado, mas a percepção do atual, com todos os sonhos quase realizados,
a espera por eles, talvez no fim da tarde, talvez no fim da semana, talvez no
próximo mês... olhando retratos na parede e curioso pelo que estejam fazendo no
momento em que assisto sua volta, o que teremos a dizer-nos, que já não sabemos
as respostas? O tempo é feito de marés, estando na vazante é preciso se agarrar
às raízes, estando na cheia, é preciso soltar-se, a cada idade, somando as
outras idades, aproveitar as marés que nos fazem crescer, e a curiosidade é que
nos faz aprender, a necessidade nos impulsiona à frente, na procura do
Serendipity da vez.
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