Profissão: Político!
Faz tempo que
política, a partidária principalmente, virou profissão? O engajamento político
deveria ser sempre um compromisso de se dar algo à nação, não de esperar ser
pago por isso. O ser humano é um animal político. Quando se insere nas ações
políticas da sociedade em que vive, o intuito é de ajudar sua comunidade. Mas,
em todos os tempos esse ideal parece deturpado pelo cinismo de usar o degrau
que lhe confere a ação política, a partidária principalmente, para se mostrar
“benevolente” e dar cunho à famosa frase: Fazer mesura com o chapéu
alheio.Quando um cidadão é chamado(ou se oferece)para disputar um cargo
eletivo, normalmente o primeiro degrau é a câmara de vereadores, parece que ele
já assume a paternidade das mazelas da cidade, oferecendo desde carona a
materiais diversos para socorrer emergências ou carências do eleitor, (se o
cidadão não for eleitor, não tem nem bom dia), se eleito, passa a ser padrinho
informal de seu bairro inteiro.
Desde quando
política se tornou profissão? A ação política é aberta a todo cidadão eleitor,
profissão?: Carpinteiro, médico, ferreiro, até auxiliar de...é profissão.
Política não, política é ação de cidadania. Mesmo parecendo ingenuidade,
deveria ser regra a disposição de servir, sem ser recompensado financeiramente,
sua comunidade, esta que te recebe de braços abertos quando você a procura e se
estabelece como profissional, seja empregado ou empregador, em qualquer ramo
que se ache apto.
Quando o cidadão assume um cargo político,
sendo remunerado por seu tempo, não deixa de ser o profissional que já era
antes, então não deveria agregar à sua profissão a de político, até porque é
uma incumbência passageira. Quando um dentista vereador termina seu mandato, ele
continua dentista, isto é sua profissão!
Essa
profissionalização do afazer político tem feito com que o elegido lute por sua
permanência no espaço estatal, pelo fato de ter perdido espaço no seu
verdadeiro fazer profissional, tornando assim dependente de mandato
“profissional”. Essa dependência provoca atos de mudança fisiológica acima da
ideológica, que faz o interesse inicial mudar de assento, desde que permita a
continuidade, às vezes desastrosa.
O espaço
estatal parece perder importância quando se reduz à mera posição de profissão
ao que almeja ser estadista, condição muito acima de qualquer profissão. Isto é
um perigoso parâmetro para o olhar pragmático do cidadão, que passa a ver seu
estadista como carreirista, e perde motivação para votar, pilar mestre da
democracia, o poder do povo.
sergiodonadio.blogspot.com
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