Descaradamente
A fotografia quase mente,
O sorriso fuso, que não
há,
O azul limpo visto de fora
No silêncio desde lá...
A terra não é tão azul,
Como mostra a fotografia,
Como não é sorriso o “xis”
Apagado da cena em briga.
Como não tão lindo o sujo
Como abrigo de insetos
Que também não aparecem
Na fotografia que mente
E de mentira em mentira
A posterior se acredita.
Abraços
Eu vou viver
Para sempre.
Todos vivem
Para sempre
Na memória do
Esquecimento.
O menino cego
Conta as cores que pinta
Flores e azulejos...
O menino cego
Experimenta as cores
De seus desejos.
Frente à condição fera
Andamos com os pés
Aglomerados
Como no tempo dos escravos
Trazidos dos longes...
Pensamos estar soltos
Por não ouvir tilintar
De correntes invisíveis,
Mas não...
É só por sentido nas
amarras,
Que ouvireis a surda
espera
Desses pés aglomerados
Pela soltura da besta fera
Que nos prende... Nos sufoca...
Nos emperra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário