Cipriano de que?...
Dizem que um povo que não tem memória não tem futuro.
Deixando de lado as novidades, quase sempre brutais, quero memorizar o grande
brasileiro Cipriano José Barata de Almeida (*1762 +1838) um herói até pela
longevidade. Filósofo, médico cirurgião, jornalista, baluarte da independência,
bateu duro nas instituições governamentais da época, e por isso viveu boa parte
da existência aprisionado por todo o país. Já em 1798 participou da conjuração
baiana, dos “alfaiates” mais marcante do que a inconfidência mineira, por seus
propósitos e pela repressão sofrida, onde meia centena de pessoas foram
degredadas ou condenadas à morte, algumas esquartejadas. Cipriano, com seu
jornal “Sentinela da liberdade” opôs-se veementemente ao governo pregando a
igualdade social e racial, como o fim da escravatura, a extinção de
privilégios, o livre comércio e outras “barbaridades” que o levaram à prisão
por tantas vezes, mas que não abalaram suas convicções. Chegando ao ápice
quando, preso em Fortaleza de Santa Cruz, negou-se a falar com Dom Pedro, que o
procurara, dando-lhe as costas acintosamente em sua cela. Em 1821 foi eleito
deputado junto à Corte de Lisboa, onde defendeu com seu nacionalismo, a independência
do Brasil e do povo brasileiro. Proclamada em 1822, foi preso, calado pela
repressão de 1823 a 1830. Solto voltou à imprensa publicando periódicos de
oposição à política reinante. Em 1836 abandonou o jornalismo e a política.
Sabe o que isso tem de atual? Os levantes dessa gama de heróis foram contra
abusos das autoridades, aumentos de impostos, disparidade entre classes,
privilégios aos políticos e outras regras arbitrárias. Foi a primeira revolução social brasileira e
morreram tantos para que tivéssemos justiça social... Que não temos!
Sabe o que isso tem de atualíssimo? As pessoas presas e realmente castigadas
foram as mais humildes. Os “revolucionários” de projeção ou foram absolvidos ou
nem foram presos!
E sabe o que mais dói? É que as pessoas do cunho de
Cipriano Barata foram escondidas nos tapetes da história. Pergunte aos
estudantes...
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