Motivamentos
Não
faço versos verborrágicos,
Cotidianamente
versifico
Cotidianos
versicolores,
Vestindo
dores despercebidas
Eu
verso a vida.
Não
vendo versos versificados,
Não
metrifico nem centrifico,
No
verso idílico apenas fico
Idiossincrásico,
idiomático,
Mágico
idílio.
Eu
vejo versos por onde passo
E
com seu passo me pacifico
Às
vezes amargo, às vezes vário,
Nem
sempre doces ou agridoces
Com
os das feiras.
Não
faço versos por brincadeira
Nem
é esta a vez primeira
Que
com eles me gratifico,
Não
com dinheiro ou por ofício,
Faço
o meu verso gratuito
Inexorabilidade
A
casa,
Em
que moramos por tempo,
Está
enrugando...
As
paredes nuas de pintura
Descascando...
As
venezianas quebradas,
Partidas
de envelhecimento...
Perdendo
seu brilho de antes,
Deixando
ver suas falhas,
Seus
desalentos...
Como
envileceu
A
casa em que moramos...
A
casa em que moramos
Inexorável
espelho.
Todos
os adeuses
Todos
os adeuses
São
doloridos...
Mesmo
que seja
Um
até logo...
Ou
o último voo
Para
longe...
Todos
os adeuses
Ferem
a alma,
Descompassada
Pelo
momento crucial
De
ter-se perdido
Olhares
afetuosos,
Os
gestos sensuais
Em
ofertas de maneios
E
sexos ativos acariciados...
Todos
os adeuses
São
alentos vistos
Pelo
retrovisor
Das
idas.
Considerações
Não
há muito mais
O
que fazer do tempo...
Levado
a sério ou brincado,
Testado
na paciência
De
um cigarro...
Brotado
na experiência
De
um escarro...
Não
há mais o que prever
Para
o amanhã do tempo,
Deixado
escorrer
Pelos
passados...
Post
morte
Sinto
uma inveja
Babaca
pelo que
Tem
morrido hoje,
Disso
falam boas...
Sussurram
o quanto
Era
gentil e amável...
O
que deixou legado...
Uma
infinda tiara
De
atos falhos.
Mas
eu ainda vivo
Por
isso visto
Miserável.
A
pessoa só
Tudo
que a vida traz
A
vida leva...
A
pessoa estar só,
Sob
a chuva,
Mesmo
que esteja coberta,
A
melancolia da chuva
Consente
alguém em paz,
Todos
se solidarizam
Nessa
tristeza de olhar
E
nada a se fazer
Para
parar no ar
O
que a vida traz.
Notícias
de jornal
Do
barro do qual viemos,
Material
ou imaterial,
Estamos
voltados...
A
cada ato desusado ser,
A
cada destempero,
A
cada xingamento,
A
cada assassinato consentido,
Enfrentamos
o retrocesso
Ao
barro fétido
Revivido
nisso que parece
Dissolvido
em átomos
Cadavéricos.
A
ignomínia assumida
Nos
faz cúmplices
Dessa
falácia politiqueira
De
sermos racionais,
Embora
animalescos seres
Sem
princípios sólidos
Nas
algibeiras.
Balaustrados
As
cercas passando pela janela
Contam
a história
De
homens que as construíram,
E
sua memória...
De
balaústres e buracos rasos
Para
os mourões
Que
contam suas vidas
Que
passaram, e ainda passarão,
Por
seus estreitos vãos
Onde
só cabe olhares
E
o rugido do cão.
Seremos,
então, parte dessa história
De
fatos verídicos ou inventados
De
tiros dados a tiros guardados?
De
namoros, transas,
Amores
e desamores...
Passados
por esses vãos balaustrados,
Enquanto
o sentimento passa,
E
esgarça?
Desabafo:
Por
esse mundo afora...
À
anarquia dos mandatários
Há
uma extrema diversidade
Entre
os difíceis e os fáceis...
Por
esse mundo em que
Os
contendores nascem do nada,
Um
pra ser escudo,
Outro,
espada.
Por
esse mundo
Há
um cão bravo, que muito late,
Mas
o que mais assusta
É
o mudo espionar da cobra.
Um
mundo entre o conto e o fato,
Onde
a mente desenrola atos,
E
o mentiroso a granjear vitórias
Como
fora o forte
Em
sendo o fraco.
Noticiários
A
mente procura consolo
Nas
coisas fúteis... (inofensivas)
Ocasião
em que os jornais televisivos
Dão
um tempo para a propaganda,
Itens
sem uso algum,
Mostrados
como imprescindíveis,
Naquele
varal de tranqueiras
Sobre
a pia da cozinha
Ou
dos banheiros,
Tão
descartáveis quanto
As
notícias de todas mortes,
Usadas
como atrativos válidos
Pelas
trambiqueiras…
Pela
intolerância dos atos,
Dos
soldados aos estupradores,
Que
as telas mostram
Como
novidadeiras…
Temos
o dia todo
Para
caminhar…
Mas
o silêncio
Faz
do tempo
Uma
espera.
Na
pressa de viver,
Quem
pode esperar?
Eras
Às
vezes
Não
é o que se quer,
Mas
o que se pode…
Somos
do tempo do cinema mudo?
Das
cores branco e preto nas telas
rasgadas de um cinema tosco…
Das
escolas de quadros negros…
De
casas de madeira e das toras
empilhadas nos terrenos baldios
E
bois tangidos pelas ruas
Ao
matadouro…
O
que se pode agora sem as alegrias
De
ontem? Estariam soterrados
Nos
wathzapp? Abemolam mais?
Mas,
não sabem o que sei
De
pipas e lá bemol,
Estranhos
meninos com medo
Das
ruas, que eram nossas…
Proibidas
por agora…
CONVIDO-OS A VISITAR MINHA PÁGINA
COM VÍDEOS E TEXTOS. Mais
O blog Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Scortecci, Saraiva. Incógnita (Portugal) Amazon Kindle, Creatspace
Editoras: Scortecci, Saraiva. Incógnita (Portugal) Amazon Kindle, Creatspace
Perse e Clube de Autores
Nenhum comentário:
Postar um comentário