Amansados
Me perdi
Onde vagam os rios,
E, como eles
Perco-me no vagar dos
anos...
Milhares de anos
Nesse mesmo leito,
Sem fim... Nem começo.
Aqui nos navegamos
Para o sal deste mar
Que nos atrai
Com promessas de ondas
Abissais...
Onde me perdi
Perde-se a foz do rio
Amansado pela imensidão
Do mar.
Eu era pequeno
Eu era pequeno,
As pessoas tão grandes...
A deslembrança me abraça
E acaricia a falta
Que me fez a visão
De olhos refringentes,
De um coração frágil
Na humilhação de fraco,
Quase um idiota
Entre sábios.
Eu era pequeno
E me apequenava mais
A autoridade intangível
Da professora áspera,
A bater a régua
E recriminar fraquezas
Idas.
A fazer o novo
O dia em que eu faltar
Faltará de mim algum
pedaço
Que a vida fará sentir
Estardalhaço...
O dia que me faltar
vida será desmembrada
Em reviver as dores
E os amores...
O dia que me faltar
A hora de saber-me crasso
Será de mim este pedaço
A fazer o novo.
Do terno à vida
Para os corpos
que passam
Deixando almas
A contenda mal começa
Já se acaba
Sangrando
Umas mãos rápidas
Culpadas
De desalojar almas
Das carcaças.
Primamos por conceber
Ideias desconcebidas
Num tempo de o fazer
Sob medida,
Do terno à vida.
Cativos
Quando eu me vivo
Procuro as concordâncias
De amigo... Discordo
Das ideias antes tidas
Arremessadas ao léu
Como evasivas...
E fico vendo o leão
Na jaula, apático,
Tentando entender
A agressividade
Apreendida
Que eu me vivo em ser,
Antes cativo.
No instante em que
partimos
Compreendi
As causas que dividimos
Ficam aqui.
sergiodonadio.blogspot.com
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