Parições
O poema
De onde não há poesia
É arrancado a fórceps
E doído nascerá
Sadio,
Áspero,
Briguento,
Entre versinhos cor de rosa
E incensos...
O poema
De onde não havia poesia
Sangra
Mas não desiste
De poemar-se
Lento... Lento...
Mas dono
De seu sustento.
Piercings
O que de anormal
Em ser normal?
É que a época
É de estranhezas:
Cabelos azuis,
Unhas pretas...
Dois perfis: um lado
Lindo, outro lesado
Na face escava...
Piercings, tatuagens,
Crianças obesas...
Anoréticas...
Ruas vazias de meninos
Brincando whatsapps
Em suas mesas,
Sem terra nas unhas,
Mas sujinhos... Sujinhos...
Sem delicadeza.
O que há de normal
Em ser anormal
Nessa “esperteza”?
Sergiodonadio.blogspot.com
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