Serenim
É perceptível
O desconforto
De certas pessoas
Que frequentam os saraus
Por se verem compungidas
Pelo convite oficial.
Divirto-me observando
E sabendo
Que o fazem comigo
Nas cerimônias de gala...
Em que estou deslocado
De convívios...
Estamos a rever o caos
Estamos a rever o caos...
Todas as vezes navegamos
Águas turbulentas...
Falhas tectônicas explodem
vilas
E estradas, viadutos, pessoas...
Todas as águas de uma vez
só
Afogando até mesmo
anfíbios...
Acostumados a bebê-las
Aos turbilhoes...
O caos está a nos rever...
Passados os desconfortos
Voltamos,
A buscar nossos haveres,
Sobrou aqui e ali
caldeiras acesas,
Umas panelas vazias...
Umas cadeiras emborcadas,
Uma camas desfeitas...
Uma manada de pessoas
Perdidas...
Frígidos
A mão do morto está
fria...
Enfim
Está fria a mão,
A mão que suava frio
Enquanto viva
Agora fria não sua
Nem se abana
Em dar adeus às pessoas
Que enlaçava antes...
As coisas frias
Estão todas mortas...
As pessoas frias morreram
Antes
De morrer suas mãos...
Se possível for
Se preciso for
Estaremos juntos hoje.
Se possível for
Estaremos unidos amanhã.
As considerações são
necessárias
Para a conivência de
ideias
Para a convivência de corpos...
Ah... A manipulação dos
corpos
Pelas ideias...
A manipulação das ideias
Pelo sentimento...
Coração ou tesão
Levam à adulteração da
razão
Frente ao corpo, macio,
Quente, reteso pela emoção
Tesão ou o que seja
A provocar a adrenalina
E suar...
A conivência é necessária
Para a junção da
possibilidade
Da precisão de juntar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário