Política da terra arrasada
Murici,
Alagoas. Está no noticiário por três motivos lamentáveis: inundações,
escândalos de desvio de verbas, e o pior dos três: revezamento dos Calheiro há
mais de trinta anos. Por que o pior? Por ser mais danoso dos motivos, o
coronelismo desenfreado. Por essa catástrofe chamada de mando político, a
cidade, de 26 mil habitantes tem 30% da população analfabeta, grande parte vive
em favelas e dois terços dos habitantes dependem do Bolsa Família para
sobreviver. Apesar dos dados indicarem abandono, a cidade já foi beneficiada em
quase R$ 40 milhões de reais por cerca de 114 convênios com diversos
ministérios, mais que o dobro da vizinha União dos Palmares com o dobro de
habitantes. dados de 2010. O Ministério Público está investigando se houve
irregularidades na destinação das verbas federais... Se houve?! 65% recebem
bolsas, ah bom... Mas o IDH emperra em 0,58, baixíssimo. A melhor escola da
cidade é feita de tapumes e chão batido, tendo menos uma hora de aula por não
ter merenda, que tem! Segundo o Supremo Tribunal Federal. Mas não chega aos
famintos aluninhos... Pra que? Pra formar cabeças pensantes e começar a
perguntar por que moram em favelas se foram construídas 2.000 casas? Distribuídas aos apaniguados para locar aos
desalojados pela inundação daquele ano. O MP determinou atender a lista de
cadastrados, e daí? 1200 funcionários da prefeitura local são os privilegiados,
o restante almoça o que a família de Remi, irmão de Renan, e atual prefeito,
distribui segundo seus critérios de beija mão. O rio que inunda é o mesmo que
fornece água para beber e lavar roupa. O grande contingente de favelados numa
área de terra fértil e produtora, mas constrangida a viver das esmolas, é um
acinte para as autoridades, que sabem, tanto que existem processos correndo na
justiça, dos desmandos e não socorrem esse povo, manietado aos arreios de uma
família acabadora de futuro de gerações dominadas, a exemplo dos Sarney, dos
Magalhães, dos Ramalho, dos Maia... Até quando?
Renan senador, e seu irmão Olavo, deputado, são herdeiros das terras na
região, arrebanhadas pelo patriarca “major” Olavo, que chegou a cavalo, como
homem do povo, derrubando outra oligarquia em nome de mudança, criando a sua
própria, hoje representada por Remi, tendo como vice prefeito Olavo Neto, e a
primeira “dama” como Secretária, detendo o cadastro do bolsa família. E em
Brasília como escudo os dois irmãos. Temerosa do poder da “famiglia” a
população “vota” nos Calheiros ano após ano... Por uma cesta básica de rotina.
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