Assentamentos
Assentados nas mortes por
suicídio
Circunspectamente avaliam
as posses,
De gênero indefinido as
moças,
Ambas genericamente toscas,
Todos devidamente
acorrentados
A essa força de enfrentar
Homofóbicos olhares.
Ninguém questiona sua
força,
Seu abrasivo perguntar das
coisas...
Os pontos de vista
convergentes
É que valem...
Alguém questiona a
capacidade
De criar boas feras de
orfanatos?
Mas não se sabe quanto
pode piorar
Se o lar for de pares
ímpares,
De faces rosadas ou
queimadas de sol,
De mãos calejadas ou
mentes...
Quem sabe o que virá
Dessa semente?
Meu berço
Cidade de pouca idade,
Nascidos eu e ela puros...
Nos vemos alucinados
Nessas orgias de agora,
Ela com seus estalos,
Eu com minha memória...
Campo verde alumiado
Poeira roxa encantada
Definindo pés vermelhos
À gente aqui vivida...
Vivemos hoje assustados!
Agora mesmo escuto
Tiros pela rua apagada,
Carros com som errado
Fazem do silêncio nada...
Meu berço, envelhecemos,
Eu e tu acabrunhados
De não saber acompanhar
Esses passos desviados
Da própria necessidade.
A valia do supérfluo faz
De nós dois sobrados.
Musical
Dá pra sentir prazer
De ouvido?
-Duvido!
O
irracional
Vive
o tempo natural,
O
racional é que
Se
mata antes...
O
náufrago
Se
agarra
À
última boia...
Pra
viver morrer
Na
praia...
A
sorte já vem feita.
Quem
dera
Alcançar
o sonho
Que
se espera...
Sem
jeito
Julgo
que tudo, ou quase,
Nasce
feito,
Perfeito
ou imperfeito,
Não
se muda...
A
curva não endireita,
A
reta não se curva.
O
feio continua feio,
O
nervoso, o calmo,
O
morto pelo cansaço
Do
nascido com ele.
A
moça com cara de anjo,
O
anjo sem cara de anjo...
O
perfeito imperfeito
Feito
assim desse jeito
Não
tem jeito
Dois
morros
Circundam
a mesa
À
distância,
Espiam
cá para dentro
A
esperança...
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