quinta-feira, 4 de junho de 2015






A menos que se feche a janela,
Por ela entrará o vento e o talento
A frase e o verso... A invenção
Do inocente vento
Que areará cada nova ideia
Ou pensamento...






















Insolências



Os homens puseram nome nas coisas,
São influenciais providências.
Não vejo como mudar sentença,
Não consigo enxergar maçãs nos abacates,
Urubus nos papagaios,
Guarda roupas nas cristaleiras...
“Solências” nas insolências
Cada coisa com seu nome ordinário
Desde os tempos de Latrão...
Não pode nada ser mudado
Para não confundir treinados
Ouvidos com tais ruídos, vozes
Das coisas esperados, mesmo esquisitos.
Um dia as coisas porão nomes nos homens
Se vingando disso...













Diante do meliante


Pelas esquinas a serem dobradas
Vê-se a aparição dos nadas,
Das visões de pivetes
Apontando canivetes
Querendo levar de roubada
O que nem temos...
Leva susto, dá-nos um tremor,
É que do lado de lá da esquina
Nos é vedado saber antes,
Enquanto a palavra caminha à frente
E nós ficamos estanques.
A luz que nos ilumina foge,
De repente cega-nos o medo,
A raiva cede ao amor à vida,
Nossa e do meliante.


















A sombra cai de madura
Quando morre quem a perdura.












Essa maldade nua e crua
Diferencia, de repente,
O disturbado sangue na rua:
Que seja bicho ou gente...

Nenhum comentário:

Postar um comentário