Há
anos não ouço
Há
anos não ouço grilos na janela
Querendo
entrar, ou sair, por ela...
Há
anos não ouço canto orfeônico.
Há
anos não ouço o ronco
Diferenciado
do jipe DKW.
Há
anos não ouço o toque de silêncio
Em
sepultamentos...
Brigas
de galos e suas torcidas...
Nem
de canários ou cães...
Há anos não ouço mágicos de rua,
Pintores
de rua, trovadores...
Há
anos não ouço criança pedindo
crush ou tabletes de mocotó...
Gritos
de fazer dó enchendo a casa
De
nascituros enquanto a parteira
Os
lava, limpa e entrega...
Há
anos não ouço contos da minha vó
Nem
dos vidros de bala dela ou
Sua
forma torta de dar bronca...
Por
conseguinte, nem a avó.
Daqui
uns anos também vou estar só,
Esquecido
numa laje. Com o nome
Pedindo
saudade...
Sergiodonadio.blogspot.com
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