Onde
havia flores
Do
livro Abrigos
Gostaria
de ter a paz
De
me buscar nas leviandades,
De
me pegar pelas mãos
E
dar em alamedas geométricas
À
procura do canto de sabiás...
Pelo
som das alamedas.
Mas
estou aqui, nesse lugar
Sem
jardins, onde andorinhas
Cantam
nas antenas de TVs,
Desavergonhadas
de conviver
Com
o alarido dos homens
E
seus motores, e seus gritos,
E
seus britadores, construindo
Mais
e mais paredes onde
Havia
flores.
Sergiodonadio.blogspot.com
Talvez
fosse de pedra
O
primeiro homem,
E
perdeu-se
Ao
desalterar-se
Em
sentimentos...
Quando
o viver
Baba
por finitos
É
hora de assomar
Espíritos...
O
arador
O
peão com seu arado
Parece
imponente no quadro,
Na
verdade o modelo, suado,
Desvia-se
de um ninho de cobras,
De
um formigueiro brabo...
Mas
isso não aparece na pintura
Que
mostra o sol poente
E
uma linda névoa serpenteando
O
rio, o cão ao lado não estava ali,
São
aparições póstumas
Que
o artista concluiu que haveria,
Ao
lado do roceiro seu cão...
Mas
não, ele prefere um corote
De
água fresca e a palha
Para
o fumo da hora do descanso.
O
arador é bruto, não tem essa
singeleza que aparece nas faces,
Está
queimado de manchas,
Roupa
rota, olhar cansado...
Não
a vermelhidão sensual
Do
quadro.
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