Atrás
do espelho
Atrás
da porta o espelho,
Atrás
do espelho o meu mundo
Refletido,
Seria
inconcebível
novas
palavras, orgias...
Tudo
está mastigado, consumido,
Já
não me escandaliza esta cena,
Meus
atos defletem atos havidos
Há
tanto tempo, gesto por gesto.
Revejo
cada murmúrio, cada grito,
Recuo
à cena do ontem,
Proponho
a cena do talvez
E
tudo se coloca e se acomoda.
Atrás
da porta o espelho
Chama
de imbecil
Minha
careta inovadora.
Bois
Trafegam,
já capados,
Para
servir como mortos
Mais
uma vez à vontade
Do
bicho homem em suas fomes...
Chegam
dos pastos, dormidos,
Seu
suplício nosso abrigo...
Bois
Das
caras humilhadas,
Serviram
engenhos, carroças,
Sêmens...
Triste
manada aboiando...
E
são matados pelo mesmo
A
quem serviu sua vida,
Para
servir já mortos.
Ao
peso da mão o corte
Rompe
o equilíbrio
Deixado
de ser abrigo
Ao
mais forte...
Estreme-se
a paz conseguida
Com
a guerra.
Condene-se
o antes condenador,
Ao
que era...
Haverá
O
retorno ao desavisado,
A
carga possível de cada um,
O
talho em cada braço
A
cicatriz na forma do vivido
A
cada pedaço...
Há
de haver um por que
Emoldurado
na campa destinada
Ao
corpo, à alma, no sentido
Vário
de seu quadrado.
A
parede
Vendo
o reboco carcomido
Ao
tempo
Tomo
consciência de que
Vou
vencendo
Meu
próprio tempo...
Vai-se
desenhando
Chuva
após chuva
Mapas
desiludidos
Nos
tijolos postos nus
Mostrando
ao tempo que
Se
vai vivendo neste reboco
O
carcomido tempo oco.
Vez
ou outra
nos
vemos ainda,
Eu
e o menino que fui,
Pedalando
sobre bicicletas
Que
passam com seus novos
Meninos
perpetuando
A
sempre mesma festa...
Aquela
em que fui crescido
Num
tempo ido às pressas.
Não
sem o sentido da perda
Do
imerecido nesta...
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